Colunas
Nas mãos de Deus
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Com as mudanças sociais ocorridas ao longo dos últimos sessenta anos, iniciadas com a imensa massa de mulheres que foram trabalhar na indústria de material bélico durante o esforço de guerra dos aliados contra os nazistas, nos anos de 38 a 45, quando terminaram os combates aquela população feminina que duramente colaborou em todos os ramos da atividade voltados para a guerra sofreu uma mudança radical em seus hábitos de vida. Antes do início da Segunda Guerra Mundial, as mulheres tinham costumes muito compactos. Estudar, casar e ter filhos. Ser uma dona de casa feliz e competente, ter um bom marido, frequentar uma igreja, enfim, eram costumes bem arraigados, passados de mães para filhas.
Com a saída de casa para ajudar no esforço de guerra, durante alguns anos, as coisas mudaram muito e aqueles hábitos antigos sofreram alterações irreversíveis, e nada voltou a ser como era. Daí para a frente as mulheres se tornaram competidoras dos homens, em todas as áreas das atividades humanas. E inclusive estão suplantando a população masculina em muitas atividades antes consideradas redutos inexpugnáveis dos homens. Exemplos estão aí bem a nossa frente. Hoje temos mais médicas do que médicos. No judiciário, elas estão suplantando numericamente os homens. Numa carreira tipicamente masculina, delegado de polícia, o número de mulheres vem crescendo muito e acredito que em breve elas serão maioria. Em consequência de todas estas mudanças, uma das alterações que mais chama a atenção é a idade de ter filhos. Se em 1940 as brasileiras tinham em média 8 filhos durante sua vida reprodutiva, começando a engravidar aos 16 anos, hoje elas têm em média um filho e meio, começando a engravidar depois dos 25 anos. Mas, muitas delas, envolvidas com estudos e vida profissional, só vão se preocupar com sua primeira gestação bem depois dos trinta e cinco anos. Já cuidei de gestantes que tiveram seu primeiro filho aos 43 anos, algumas com gêmeos. Dia destes fui apresentado a uma gestante com 47 anos, em sua segunda gravidez, e tudo correndo muito bem, graças a Deus. Os progressos da ciência médica, e que maravilhosa ciência esta, permitem a cada dia que mulheres com mais idade tenham seu primeiro filho com segurança e tranquilidade. Apesar de muitas delas nem sempre serem bem-sucedidas, pois apesar de todos os recursos disponíveis as coisas podem caminhar mal e a gestação ser interrompida antes do tempo certo, até mesmo com a perda da vida do bebe e da mãe. Até alguns anos passados, se aconselhava que as mulheres não engravidassem antes dos vinte e nem depois dos trinta e cinco anos. Porém, com todas as mudanças ocorridas, e que continuam a ocorrer, nem sempre elas podem escolher a idade em que vão ter seu primeiro filho. Assim sendo, procure aconselhamento médico, se você estiver nesta situação de engravidar mais tarde, para que tudo corra muito bem!
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
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