O pão dos que estão a caminho

Caros amigos, estamos vivendo com alegria um Ano Eucarístico, onde meditamos sobre a Eucaristia e a Missão. Deste modo, vamos refletir todas as semanas sobre diferentes aspectos deste tema central na vida da Igreja. Nas palavras de São João Paulo II: "A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja” (EE, 1).

Uma das mais belas passagens evangélicas que nos remete a esta verdade é a dos "discípulos de Emaús” (Cfr. Lc 24, 13ss); que nos narra a história de dois discípulos de Jesus Cristo que, no dia da Ressurreição, desciam de Jerusalém tristes por causa da morte de Jesus. Em determinada altura do caminho, Jesus ajuntou-se a eles, que não o reconheceram de imediato. Após reanimar seus corações com as palavras da Escritura, ao cair da tarde, os discípulos o convidaram para sua casa com as palavras: "Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando. Então Jesus entrou para ficar com eles. Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão e abençoou, depois o partiu e deu a eles. Nisso os olhos dos discípulos se abriram, e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. Então um disse ao outro: ‘Não estava o nosso coração ardendo quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?’. Na mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém” (Lc 23, 29-33).

O misterioso viajante, na verdade, não se afastou dos discípulos, mas permaneceu no pão repartido entre eles. Desta milagrosa comunhão surge como fruto o "levantar-se” dos discípulos e seu imediato retorno à Jerusalém. Do mesmo modo, diariamente Jesus reanima a partir de dentro a vida missionária de seu "corpo místico”.

A iniciativa da reflexão sobre a Eucaristia e a Missão também deve nos lembrar que Jesus nos alimenta e fortalece no caminho, ensina a ter paciência e a retornar, quantas vezes for necessário, ao anúncio da Palavra.

É triste a realidade dos que desistem, dos que põem a mão no arado e olham para trás, mas é belo ver também a fidelidade de Jesus que sustenta sempre e com novo ânimo sua Igreja, que nasceu para evangelizar. Comungar, portanto, é colocar-se em prontidão para anunciar o Evangelho. Procure fazer com que através do seu comprometimento missionário, esta presença bendita, que não recusou descer a seu coração, possa também chegar a todos os que necessitam de ânimo e esperança para caminhar. A Igreja precisa de você para cumprir melhor sua missão de evangelizar.