A Copa do Mundo e as suas surpresas

terça-feira, 17 de junho de 2014

A Copa do Mundo de  Futebol começou na quinta-feira, 12 de junho, e já produziu episódios marcantes dentro e fora de campo. Logo na estreia, tivemos a auspiciosa vaia que nossa presidenta recebeu, em pleno Itaquerão, além de um convite para ir tomar algo que eu não entendi, em função da precariedade do som do estádio. As questões levantadas por sociólogos, psicólogos, etc., em repúdio ao ato em si, deveriam se resumir numa única explicação: o desrespeito à figura do presidente da república, numa demonstração visível da falta de educação do brasileiro, aliás, transmitida ao vivo e a cores para todo o mundo. Quanto ao machismo do ato, a ser manifestação das elites e outras besteiras mais, pega mal para o currículo de quem o emite. A verdade nua e crua é que povo não aguenta mais o PT, seus dirigentes, seguidores e, o principal, a presidenta da república. O brasileiro que já vaiou em pleno Maracanã o ditador Garrastazu Médici, quando ele dava plantão no Palácio do Planalto, vai poupar uma ilustre desconhecida da política nacional até ser inventada por Lula?

Dentro dos estádios, pois me recuso a chamá-los com o codinome de arena, temos um início de competição com um nível técnico que há muito não se via, com jogos muito bons e dois, em particular, dos melhores das últimas copas. O primeiro, a vitória acachapante da Holanda (o Vasco da Gama do futebol mundial, pois adora um vice) contra a campeã Espanha, por 5 a 1, e os 2 a 1 impostos pela Itália contra a Inglaterra. Além disso, a zebra andou solta pelos gramados com a vitória da Costa Rica em cima do Uruguai e a derrota do Japão para a Costa do Marfim. Tivemos ainda um clássico do futebol mundial na segunda-feira, Alemanha e Portugal, que foi também um grande jogo, e com goleada: 4 a 0 para a Alemanha. 

Preocupa o destino da seleção brasileira, pois não jogamos bem contra a Croácia, na estreia, e a meu ver, o resultado mais justo teria sido o empate, pois nem o pênalti nem a falta no goleiro Júlio César, que impediu o gol de empate da Croácia, existiram. Na realidade, nosso goleiro saiu muito mal do gol. Ficou claro pra mim que temos que melhorar muito, porque são muitas as falhas na defesa e no meio de campo, o que impede uma saída de bola mais veloz para o ataque. Do jeito que está vai ser difícil passar pela Holanda ou Espanha, prováveis adversários do Brasil, na próxima fase. O jogo do Brasil contra o México ontem, 17, deu a real dimensão das possibilidades do Brasil, nessa copa. Os astecas fizeram um bom jogo contra Camarões e mostraram como o futebol evoluiu, no resto do mundo. Tanto isso é verdade que a Colômbia e a Costa Rica estrearam, com vitória convincente, contra seleções de peso no cenário internacional, pois a Grécia já foi campeã da Eurocopa e o Uruguai é bicampeão mundial.

No Beira Rio, em Porto Alegre, no jogo entre França e Honduras, ficamos sem os hinos, pois o sistema de som do estádio pifou; mas dizem as más línguas que não os tocaram por inveja, pois o hino francês é muito mais bonito que o "Ouvirondu”; para mim, é o mais bonito entre todos. Aliás, nessa copa, o que mais ouvimos são comentários de que algo não funcionou.

E, depois de 64 anos, mesmo que sem nada a ver com o original, o Maracanã voltou a ter um jogo de Copa do Mundo. Foi na estreia da Argentina contra a debutante em mundiais,  Bósnia. Estádio cheio, num jogo morno no primeiro tempo em que a Argentina saiu na frente com um gol surpreendente, logo aos 2 minutos. O segundo tempo transcorria da mesma maneira até que Messi acordou e, lá pelos 20 minutos, numa jogada genial, marcou o segundo gol argentino. A Bósnia diminuiria, mas uma possível reação ficou prejudicada, pois seu gol saiu quase no fim da partida.

De qualquer maneira, o clima de confraternização entre brasileiros e os estrangeiros que aqui estão para torcer por suas seleções vai ser, sem sombra de dúvidas o ponto alto da 20ª Copa do Mundo de Futebol. Será uma demonstração de que é possível uma verdadeira confraternização universal. Basta querer.


TAGS:

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.