A paralisia infantil ameaça voltar

terça-feira, 03 de junho de 2014

Uma doença extremamente grave, que o mundo acreditava extinta, volta a dar sinais de vida. Causada por um vírus, a doença é passada de uma pessoa a outra por via oral, pela tosse, respiração, pela manipulação de objetos contaminados ou água também contaminada. O vírus causador é chamado poliovírus e a doença denominada poliomielite, por afetar as partes de cor acinzentada da medula espinhal. Há muitos anos passados, foi uma das mais terríveis doenças a atingir a humanidade. Causava uma paralisia nas partes inferiores do corpo, pois destruía os neurônios motores, aqueles ligados à movimentação dos músculos do corpo. Na maioria das pessoas atingidas, sempre as crianças e raramente os adultos, podia ser fatal se afetasse os músculos da respiração. Naquela época, a ciência médica construía os chamados pulmões artificiais, enormes cilindros de aço que faziam o papel dos músculos respiratórios, mantendo as pessoas vivas, de forma muito sofrida. Por volta de 90% dos indivíduos contaminados conseguem, através do seu sistema imunológico sadio, vencer o agressor. Contudo, cerca de três por cento dos atingidos, quase todos crianças, sofrem sérias consequências em suas vidas. Seus sistemas nervosos atingidos perdem a capacidade de manter controle sobre a musculatura, dificultando a movimentação. Dois cientistas, em épocas simultâneas, desenvolveram vacinas extremamente eficazes contra a doença. O Dr. Jonas Salk lançou a vacina injetável e o Dr. Sabin a vacina oral, que se tornou mais popular pela facilidade de sua aplicação, pela boca, sem a necessidade da injeção, e que ficou conhecida entre nós como a vacina da gotinha. Em pessoas com imunodeficiência de diversas causas, entre elas a aids, a vacina injetável é mais utilizada. Um fantasma, contudo, vem atemorizando a comunidade médica mundial, que é o reaparecimento deste vírus em diversos países. Em lugares de extrema pobreza, regiões do Paquistão, Nigéria, Afeganistão, Etiópia e outros, o vírus vem causando a doença em crianças, justamente pela falta da vacinação constante. Nosso país, felizmente, graças ao tremendo esforço do Ministério da Saúde, que mantém uma campanha de vacinação ininterrupta e bem divulgada pelos meios de comunicação, consegue se manter livre da paralisia infantil, oferecendo vacina a todas as crianças em idade de recebê-la, em todo o território nacional. Confira a carteira de vacinas de seus filhos e a mantenha sempre atualizada. Pode ser o melhor presente que você está dando a eles.

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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