A imbecilidade que inibe o Brasil

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A pior coisa que existe é um imbecil querer espelhar sua imbecilidade entre os que o cercam. Isso acontece com aqueles seres insignificantes, a viverem efêmeros momentos de glória e se acharem donos da verdade e mais inteligentes que seus irmãos. Esse é o caso do nosso último presidente, um semianalfabeto que, por um acidente, chegou à presidência do Brasil, e se acha no direito de, como uma boneca Emília de carne e osso, nos ofender gratuitamente.

Declarou essa figura patética da história recente do Brasil "ser babaquice chegar de metrô dentro dos estádios”. Esse cidadão desconhece ser direito das pessoas cobrar conforto, ou seja, melhor qualidade de vida. Para isso pagam impostos extorsivos, o que lhes da direito de exigir algo em troca. 

Nos países de primeiro mundo, o transporte de massa é uma realidade, aliando conforto, mobilidade e disponibilidade. Assim, quem desembarca no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, tem uma linha de metrô que o leva diretamente a Chatellet les Halles, no centro da cidade, maior entroncamento desse importante meio de transporte da cidade e de onde partem ou passam linhas que ligam Paris de norte a sul e de leste a oeste. Em Lisboa é a mesma coisa; enquanto isso, no Galeão, umas das principais portas de entrada de turistas, no Brasil, é o caos, uma lastimável amostra do que vem por aí.

Creio que não se chegue de metrô dentro dos estádios europeus, mesmo porque a logística para isso seria complicada, mas tenho certeza de que lá o acesso é bem mais fácil e menos perigoso que o acesso à maioria dos elefantes-brancos edificados para a Copa do Mundo do Brasil.

Sem um pingo de cultura, Lula usou da esperteza e da ingenuidade da grande maioria dos eleitores tupiniquins para ocupar o mais alto posto da sociedade brasileira. Esperteza, pois anteviu ser o sindicato uma grande ferramenta de promoção pessoal, capaz de popularizar indivíduos sem maiores predicados morais ou culturais; ingenuidade dos seus semelhantes em função da alienação política da maioria do povo brasileiro, facilmente enganado pelos mais espertos. Entre nós, Goebbels, ministro da propaganda nazista, teria tido um campo muito mais fértil do que aquele da Alemanha dos anos 30 do século passado.

Talvez — consciente do papelão que o Brasil poderá fazer em termos de organização da copa, certo de que as obras de infraestrutura e de deslocamento estão inacabadas ou nem começaram, um multiplicador a mais no caos que se avizinha — Lula queira desviar a atenção do seu público. Fica mais fácil ridicularizar os estrangeiros e os mais exigentes do que reconhecer que o governo falhou e não foi capaz de cumprir tudo aquilo prometido, quando conseguimos o direito de sediar mais um campeonato mundial de futebol. Aliás, foi Luís Inácio quem cismou em lançar a candidatura do Brasil, mesmo consciente de que poderia deixar seu sucessor numa grande enrascada.

Tivéssemos uma presidente mais capaz, uma administradora mais eficiente e uma equipe interessada em promover de maneira positiva o Brasil, talvez nossos estádios já estivessem prontos, testados e aprovados; nossas principais entradas de turistas estrangeiros prontas para pleno uso, com obras de infraestrutura que facilitariam o deslocamento dos torcedores. Do jeito que está, teremos de rezar muito para o sucesso dessa empreitada, pois Deus, conforme já demonstrado outras vezes, cansou de ser brasileiro.

Se o Brasil vai ser campeão ou não, a meu ver, não é o mais importante. O que desejamos é que o turista estrangeiro possa retornar a sua casa satisfeito e que seja um divulgador positivo para que outros nos visitem.


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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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