A saúde do homem

Um dia desses, ao tomar um café numa padaria do centro da cidade, fui solicitado por duas senhoras, tia e sobrinha, a lhes dar um minuto de atenção, como elas mesmas pediram. Queriam uma ajuda, uma orientação se possível, a respeito do marido da sobrinha. Disseram que me conheciam pelo programa sobre saúde da TV Zoom, há muitos anos, e também por esta nossa coluna falando do mesmo assunto. Muito simpáticas as duas e cheias de calor humano, comentaram que alguém devia dar mais atenção aos homens, que devia existir uma coluna sobre a saúde do homem, com o que eu logo concordei. Na verdade, os homens são muito abandonados pelos meios de comunicação, disseram elas, e eu de imediato também concordei. 

É uma verdade, se nós observarmos com atenção, que praticamente só se fala a respeito de problemas femininos em todos os meios de comunicação. Parece que o machismo torna o homem livre de problemas, o que é uma tremenda mentira. Mas o que elas queriam mesmo, e foram muito sinceras e diretas, era saber como lidar com um grave problema, o desinteresse sexual do marido da sobrinha. O que poderia estar causando isto? Não era a idade, ele era razoavelmente jovem, coisa de cinquenta e dois anos, não tinha problemas de saúde, não era diabético nem hipertenso, tinha uma profissão definida e a esposa se cuidava, procurava se manter atraente, e eu pude ver que era uma jovem senhora com boa aparência e que se vestia com discreta elegância, cabelos e rosto com ótimo aspecto. Comentaram que ele era pessoa muito reservada, de pouca conversa, poucos amigos, sua vida era de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Até alguns anos atrás, tinham uma vida sexual razoável, comum como a maioria dos casais amigos, pois ela, a sobrinha, conversava com suas amigas a este respeito e comparava sua vida íntima com a delas e via que eram muito parecidas. O que teria acontecido de uns tempos para cá, que fizesse com que ele mudasse tanto assim? 

No pouco tempo de que dispunha, procurei mostrar a elas que a sexualidade humana é um campo ainda cheio de dúvidas e falta de conhecimentos. Mas, quem sabe, o marido poderia estar sofrendo de falta de testosterona, o hormônio da virilidade? Ou ainda, estaria com uma grande dificuldade de ter uma ereção normal por algum problema circulatório do pênis? Ou ainda poderia estar passando por uma forma de depressão, uma impotência emocional? Mostrei para elas que havia muita coisa para ser investigada a respeito do problema do marido, que o ideal seria procurar um urologista para exames adequados e que aquele médico, com certeza, iria encaminhar o tratamento da melhor forma. Terminamos a conversa, pois meus compromissos me chamavam, e elas pediram que escrevesse alguma coisa sobre este assunto e que falasse mais sobre a saúde do homem.