Observatório - 06/03/2014

Em 6 de março de 2001morria, aos 70 anos de idade, o governador de São Paulo, Mário Covas, que já estava licenciado de suas funções. Ele lutava contra um câncer intestinal havia anos.

Tem certas experiências que todos deveriam ter pelo menos uma vez na vida. A de desfilar em uma escola de samba é uma delas. Cada um terá uma forma de expressar essa emoção. Cada um só vai descobrir essa forma desfilando.

Por alguns minutos você deixa de ser você mesmo — e fantasiado é igual a todos os demais, igualmente fantasiados. Não importa se a sua fantasia é de rei ou plebeu, zumbi ou herói, índio ou coronel. Ali, naquele instante, todos são absolutamente iguais. E flutuam por aquela esfera repleta de energia.    

A primeira vez que desfilei em uma escola de samba foi em 2007. Dali em diante eu não parei mais. Nesse ano, bati meu recorde: desfilar nas três escolas — Imperatriz, Saudade e Vilage. Antes, tinha desfilado em duas.

Posso dizer que compensam as panturrilhas doídas e o estresse de uma correria danada para arrumar a fantasia, concentrar, desfilar e correr da dispersão para a concentração de novo. Quando você está na avenida, esquece de tudo e o embalo te leva! O samba te contagia. O coração te carrega em uma diversão emocionante!

Mais emocionante ainda, imagino, para aqueles que passam meses nos barracões treinando, confeccionando fantasias e alegorias. O trabalho de quase um ano inteiro em pouco mais de uma hora. Uma arte que se aprecia uma só vez com olhos dos mais diversos. 

É difícil conter o choro quando o cavaco chora e a bateria timidamente começa. O som se eleva com sambas marcantes ou o hino da agremiação. O corpo se arrepia todo quando o grito de guerra ecoa. O delicioso barulho te invade com toda a permissão de quem está disposto a se conectar com essa identidade maior de brasileiro. A partir dali você se sente como um jogador de futebol pisando em campo para uma decisão. Só saberá a alegria de fazer um gol quem joga. Só saberá a alegria de arrancar um aplauso das arquibancadas quem desfila. 

Desfilar em uma escola de samba é fazer parte de algo maior. É se sentir acolhido e perceber que nunca se está só quando estamos ligados por uma mesma cultura, irmãos de alma, mais do que de cores.

 

O grande destaque do carnaval deste ano, como previsto, foi a quantidade de blocos. Estima-se que mais de 30 passaram pelas ruas da cidade, com os mais variados temas. Uma tendência que já vem ocorrendo na cidade do Rio de Janeiro.

Quem viajou de ônibus para curtir os blocos cariocas passou sufoco. Foram registrados atrasos de até cinco horas para quem queria sair do Rio de Janeiro, o que afetou quem também queria ir para a cidade maravilhosa. O congestionamento na Ponte e a quantidade de passageiros na Novo Rio foram as razões.  

Muitos foliões criticaram o corte do som do baile popular da Praça Dermeval, sempre que se aproximava a 1h da madrugada. Na segunda e terça de carnaval, principalmente os jovens, resolveram dar um pulo à vizinha Bom Jardim, onde o som rola solto até quase 4h da manhã. Ônibus cheios e congestionamento na praça de pedágio da RJ-116, em Furnas. Outros optaram pelo carnaval de Madalena, que também faz muito sucesso entre os jovens friburguenses.

      

É gritante a diferença das escolas de samba de Nova Friburgo para as demais cidades do interior do estado. Quem acompanhou as matérias exibidas pela InterTV ou pelo SBT local que cobrem mais da metade do interior pode notar a diferença. Escolas de Teresópolis, Campos, Cabo Frio e Macaé ficam abaixo até dos blocos de enredo de Nova Friburgo.