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O coração das mulheres também mata
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
As mulheres, em geral, acreditam que o câncer, de todos os tipos, seja a maior causa de morte entre elas, principalmente o de mama e do colo do útero. Na verdade, não é isto o que ocorre.
As doenças do coração, diga-se infarto agudo, ganham de longe esta corrida da morte. Por muitos anos, a medicina ignorou este fato e as preocupações com as doenças cardíacas e a pressão alta ficaram todas ligadas ao sexo masculino. Os homens eram então os donos das atenções da cardiologia em todos os países. Raramente se falava em mulheres com problemas de doença cardíaca. O tempo foi passando e, por diferentes motivos, a medicina começou a olhar as mulheres com um jeito mais atento. Não existiam apenas as doenças comuns, tipo menopausa, doenças dos ovários, inflamações genitais e problemas da gravidez. Elas também apresentavam alterações da pressão arterial e sofriam infartos cardíacos, mas até então não recebiam a mesma atenção que seus maridos. Embora hoje se saiba que a herança genética é responsável por grande parte dos nossos problemas, e por isto pessoas cujos pais tiveram algum tipo de câncer, diabetes, infarto ou pressão alta, por exemplo, devem se cuidar mais em relação a estas enfermidades, pois o risco de sofrerem das mesmas doenças é grande. As mulheres morriam das mesmas doenças cardíacas e hipertensivas que os homens e ninguém dava a devida importância ao fato. Com as mudanças ocorridas na sociedade, as mulheres passaram a adquirir hábitos de vida típicos dos homens, começaram a beber mais, a fumar mais, a trabalhar fora de casa como seus maridos e irmãos, passaram a conviver com níveis de estresse maiores. A pílula anticoncepcional, por exemplo, foi mais um fato complicador em suas vidas, pois se por um lado lhes deu um total controle de sua vida sexual e, portanto, de só engravidar quando desejasse, por outro lhes trouxeram um aumento de riscos. Por isto mesmo, um grande grupo de mulheres tem restrições quanto a usar anticoncepcionais. Principalmente, aquelas com problemas de varizes, histórico de trombose, câncer de mama familiar e muitas outras doenças . Segundo as mais recentes estatísticas , depois dos cinquenta anos, as mulheres empatam com os homens no número de mortes por infarto do coração. O conselho melhor que lhes posso oferecer é que busquem cuidar melhor de sua saúde. Busquem manter seu peso corporal dentro dos níveis adequados a seu tipo físico, procurem mudar seus hábitos de vida que estejam sendo causa de risco, como fumar e beber por exemplo. Usar menos sal na comida é outra mudança salutar .
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
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