Progresso para a paz

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Caros amigos, o coração humano alberga uma verdadeira vocação ao progresso. Muitos insistem em contrapor a Igreja e o progresso humano, como se essa instituição milenar fosse contrária ao avanço da sociedade e do homem individual. Mas esta não é a verdade!

Desde o ponto de vista histórico, a Igreja é a instituição que mais zelou, e zela, pelo avanço científico e integral da humanidade. Dos católicos surgiram as universidades, os hospitais, o serviço de assistência social e a previdência, entre outros; e a religião católica é responsável por um contingente inumerável de voluntários e serviços sociais no mundo inteiro. Assim, é cristão reconhecer a vocação humana ao progresso, mas não são cristãos todos os conceitos de "progresso”, que, tanto na teoria como na prática, percebemos hoje em dia.

Poderíamos nos perguntar: O que se pretende com os ditos "avanços da modernidade”? O simples incremento da técnica em vista do lucro, ou a construção de uma sociedade mais humana e fraterna? Qual caminho é o verdadeiro para a paz? O que queremos de fato?

Os últimos papas são unânimes quando dizem que é impossível pensar o verdadeiro progresso humano aparte de Deus. O verdadeiro avanço é fruto da caridade. Ela movimenta as engrenagens humanas no bom sentido do crescimento e da paz. A pretendida "maioridade” do homem de ciência em relação à paternidade divina não é uma fórmula para a paz, mas uma força que mantém as injustiças. Ensina-nos o Papa Emérito Bento XVI: "A sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos. A razão, por si só, é capaz de ver a igualdade entre os homens e estabelecer uma convivência cívica entre eles, mas não consegue fundar a fraternidade. Esta tem origem numa vocação transcendente de Deus Pai, que nos amou primeiro, ensinando-nos por meio do Filho o que é a caridade fraterna” (Caritas in veritate, 19).

O Santo Padre, o Papa Francisco, também dedicou ao tema da fraternidade sua primeira mensagem por ocasião do 47º Dia Mundial da Paz: "O homem reconciliado vê, em Deus, o Pai de todos e, consequentemente, é solicitado a viver uma fraternidade aberta a todos.” (01/01/2014).

A preocupação diante das reais guerras e desigualdades sociais do mundo é consequência necessária de nossa fé, e a tomada de providências práticas para fazer imediatamente nossa parte é um compromisso de todos os batizados. "Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5, 9).


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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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