Umbanda pedagógica soluciona aprendizado

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Recebo muitas consultas sobre questões pedagógicas. Certa feita, uma professora preocupada com uma aluna adulta, frequentadora das aulas da Educação de Jovens e Adultos, incapaz de se alfabetizar, apresentou-me o problema. Claro, os conselhos são os mesmos para que sejam encontradas razões que causam tais transtornos. Um deles foi que a professora procurasse ouvir a aluna para verificar como transcorreu a alfabetização quando ela cursava esta série na idade certa. Tal foi a surpresa da professora quando ouviu uma causa inusitada: Exu tirou-me as letras quando eu tinha nove anos e, portanto, não será possível aprender a ler ou escrever.

Fiquei perplexo porque até Exu passava a ser culpado pela existência de analfabetos. Pensei muito até chegar a uma conclusão sobre o tipo de orientação a ser oferecida à aluna, já com trinta e cinco anos.

Geralmente os psicólogos aconselham que os problemas sejam solucionados como que fazendo o videotape do fato, voltando-se ao tempo dos problemas e reescrevendo a história. E foi trabalhando nessa ótica que surgiu a ideia.

Se Exu tirou-lhe as letras, a influência da umbanda deveria ser muito forte naquela mente. Então, a solução seria retornar ao "terreiro” e lá buscar a transformação. Os Orixás — e existem vários — atuam em campos diferentes, sendo Xangô, que tem um santo católico correspondente que é São Jerônimo, encarrega-se de devolver as letras. Vejam que este santo é apresentado com um leão ao lado, certamente afirmando que as letras são tão poderosas que domam até as feras.

A professora seguiu esta orientação, passou-a para sua aluna que cumpriu à risca. Xangô devolveu-lhe as letras e tivemos mais uma pessoa alfabetizada na Educação de Jovens e Adultos!


Prof. Hamilton Werneck é pedagogo, escritor e palestrante


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Hamilton Werneck

Hamilton Werneck

Eis um homem que representa com exatidão o significado da palavra “mestre”. Pedagogo, palestrante e educador, Hamilton Werneck compartilha com os leitores de A VOZ DA SERRA, todas as quartas, sua vasta experiência com a Educação no Brasil.

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