Sallanches, a cidade do País do Mont Blanc

quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Foto de capa

Os departamentos na França, que correspondem aos estados brasileiros, são também conhecidos como "países”; assim Chambéry situa-se no País da Savoia e Alto Savoia e a cidade de Sallanches pertence ao País do Mont Blanc. Essa cidade de características agrícola e turística, com cerca de 16 mil habitantes, fica entre o rio Arve e os maciços de Aravis, Mont-Blanc e Faucigny. Seu clima é de montanha, quente e úmido no verão, com temperaturas que variam de 15 a 26° C e um inverno muito frio com os termômetros entre -3 e 6°C.

Data dos séculos V e VI os primeiros vestígios da presença humana em Salanches, mas é a partir do séc. XIII que começa efetivamente seu desenvolvimento como centro religioso. Muitas cidades francesas exibem até hoje uma atividade que remonta à Idade Média, as feiras nas praças. Talvez, em função disso e também por causa de sua produção agrícola, todos os sábados, na praça principal da cidade tem uma feira onde são comercializadas as mercadorias dos produtores rurais e de artesãos da região.

Foi nessa cidade que no dia 9 de novembro fomos almoçar. A ideia partiu de um engenheiro nascido em Chambéry, que fez intercambio em Engenharia na Universidade Federal de Porto Alegre, onde morou por um ano. Francês de bom gosto apaixonou-se pelo Brasil e em especial pelo churrasco gaúcho. Pois bem, na Praça Charles Albert, bem no centro da cidade, existe o Le Rodizio Grill, Restaurant Brésilien, cujo prato principal é o rodízio de carnes. E, pasmem, no seu buffet é servido farofa, feijoada, purê de mandioca e de batata, arroz e legumes no vapor. Como todo churrasco no Brasil, ainda servem ananás grelhado com canela.

A bem verdade faltam os ingredientes básicos do Brasil, como sal grosso e o cozimento da carne numa churrasqueira a carvão, o que acrescenta um gosto todo especial ao churrasco. O problema é o hábito da utilização de fornos ou churrasqueiras a gás ou elétricas, mas pelo menos o corte da carne é à moda brasileira, e a picanha é servida como nas melhores churrascarias brasileiras, fatiada. Claro está que o preço não é o mesmo do Brasil, pois a carne na Europa é mais cara. No entanto pela quantidade que foi consumida, com bebida incluída, no caso caipirinha, o preço de 31 euros por pessoa ficou de bom tamanho. Éramos nove pessoas, a saber, dois franceses e uma francesa, dois brasileiros e duas brasileiras, uma espanhola e um italiano. Todos, amigos da idealizadora do blog Associaç. França, Savoia, Brasil do qual falei no último artigo.

Uma caminhada pela cidade mostrou uma vista típica de cartão-postal, com as montanhas já cobertas de neve e os contrafortes do Mont Blanc exibindo a exuberância de seus picos com uma brancura de doer os olhos, por causa da neve desse fim de outono, início de inverno.

Tenho notado um aumento de restaurantes europeus servindo comida brasileira típica, demonstração evidente de que nossa culinária começa a ganhar espaço no velho continente, apesar das inúmeras críticas que li sobre esse restaurante. Talvez seja por causa do tempero diferente daquele que o europeu usa habitualmente, ou a farta quantidade de comida servida, já que o francês está acostumado a comer de lupa para aumentar quantidade de comida servida no prato.


TAGS:

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.