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Igreja, única casa de Cristo
terça-feira, 05 de novembro de 2013
Caros irmãos, a Igreja, mistério de salvação, é a casa de Jesus Cristo onde entramos pelo batismo, como por uma porta. Ou seja, o caminho normal para entrar na Igreja é o batismo válido (cfr. Catecismo 809). E, uma vez que estamos dentro dela, todos somos "irmãos”! Membros do mesmo corpo.
Quem entra na casa de Cristo pode aproveitar de determinados benefícios da graça como os sacramentos, em especial a Eucaristia, na qual não recebemos simplesmente "uma graça”, mas o próprio Autor de toda Graça (cfr. 1324). Entretanto, existem diversos graus de pertença à Igreja de Jesus Cristo. Diz o Concílio: "Por muitos títulos a Igreja sabe-se ligada aos batizados que são ornados com o nome de cristãos, mas não professam na íntegra a fé ou não guardam a comunhão sob o Sucessor de Pedro.” (LG 15)
É verdade que existem "separações” entre os cristãos, contudo, isto não enche de felicidade a nenhum discípulo daquele que disse: "Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste”. (Jo 17, 20-21) Por isso afirma a Constituição Lumen Gentium: "O Espírito suscita em todos os discípulos de Cristo o desejo e a ação, para que todos, pelo modo estabelecido por Cristo, se unam pacificamente em um só rebanho, sob um único pastor” (LG 15).
A Sagrada Escritura, como vimos, revela-nos que Jesus Cristo não quer a "desagregação”, que é sinal de morte; mas a unidade, que é sinal de vida e prenuncio da consumação dos tempos, quando haverá um só rebanho e um só pastor (cfr. Jo 10, 16).
Portanto, o Concílio Vaticano II, quando estabelece as diferenças e os caminhos de unidade entre os batizados das diversas confissões cristãs, tem em mente o objetivo da unidade. Não quer classificar níveis, mas unir todos os discípulos. Entretanto, é impossível militar pela unidade se desprezamos a verdade. Para chegar à unidade, é necessário superar as divisões e procurar, sincera e livremente, a verdade. De outro modo, os cristãos nunca serão um sinal "para que o mundo creia”.
Santo Agostinho equilibra a legítima diversidade na verdade com a célebre frase: "Nas coisas essenciais, unidade; nas não essenciais, liberdade; em tudo, a caridade”. Desejo que a caridade cristã em nós seja maior que o pecado, para crescermos em unidade.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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