Colunas
Quebrou o quadril sem ter sofrido nenhuma queda
terça-feira, 05 de novembro de 2013
Uma senhora bem idosa, acima dos oitenta e poucos anos, passa de um dia para o outro a queixar de fortes dores no lado esquerdo da bacia. Como ela de vez em quando reclamava de dores em outras partes do corpo, pensou-se que era mais uma daquelas crises dolorosas. Mas, desta vez, a dor não melhorou como antes com o analgésico que estava acostumada a usar e continuou reclamando por mais um ou dois dias. Levada ao hospital de seu convênio, foi atendida por um ortopedista que, a princípio, depois de um exame físico, não encontrou sinais típicos de uma fratura e pensou até na possibilidade de um processo inflamatório agudo, e dando sequência ao seu trabalho solicitou um RX do local da dor. O RX não acusou fratura. Solicitou então um exame mais minucioso, uma tomografia computadorizada, que também nada revelou. Partiram então para um exame que não deixaria dúvidas, uma ressonância magnética. Somente este exame detectou uma fratura quase invisível, mas muito dolorosa. Que os médicos disseram ser uma fratura espontânea, por fragilidade dos ossos. Um acontecimento bastante comum em idosos, quando não é causado por uma queda, mas pela pouca resistência óssea em função da idade. Por isto muitos ortopedistas se perguntam: ”A pessoa caiu porque o osso se quebrou ou foi o contrário, o osso quebrou porque ela caiu?”.
De qualquer forma, o fato mais relevante é justamente o risco de fraturas que rondam a vida da pessoa idosa. A senhora em questão, sobre a qual falamos no início da coluna, foi operada e permaneceu no hospital por apenas um dia, retornando para casa. Isto demonstra o enorme progresso da medicina, pois em tempos passados este acidente seria motivo de longa internação. Atualmente o problema das fraturas em idosos, principalmente das grandes fraturas, é que as consequências de uma longa permanência da pessoa idosa no leito, sem poder movimenta-se, são muito graves. Surgem as escaras, que são feridas causadas pela pressão dos ossos sobre a pele em locais específicos do corpo. Aparecem infecções nestas lesões, que podem comprometer a vida do idoso. Podem ocorrer infecções respiratórias pela longa permanência no leito, também podem ocorrer infecções nos rins, que se transformam em infecções generalizadas e por aí afora. Para que vocês tenham uma ideia da seriedade do problema, em mulheres acima dos setenta anos o risco de fraturas naquela parte do corpo é de uma em cada cinco mulheres. Acima dos oitenta anos cerca de uma em cada três mulheres sofrera fratura. Procure o seu médico se você já passou dos cinquenta anos. Faça os exames de rotina para avaliar a saúde dos ossos e previna-se contra os problemas futuros.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário