Observatório - 31/08/2013

Todos nós deveríamos constantemente nos dar o desafio de ser infinito. Somos infinitos quando realmente encontramos a vida que há dentro de cada um de nós. Sou infinito quando sei que estou escrevendo realmente uma história feliz! E a gente distingue bem no instante em que a história está sendo feita se ela é feliz ou triste. O infinito é quando acontecemos. 

Participar talvez seja ocupação mais importante do que imaginar. Realizar talvez seja ocupação mais importante do que idealizar. Ao final, tudo realmente será história. Nossas fotos se tornarão lembranças, nossos encontros se tornarão memórias. Crescendo, relembraremos. Nostalgias. Mas nada será lembrança, nem nostalgia, se não nos abençoarmos de momentos. E os momentos mais marcantes serão aqueles desprendidos de arquitetura, aqueles que vêm e a gente se permite que por eles sejamos invadidos e levados pelo que de fato queremos — viajamos. 

Viajar por rostos e vozes. Voar por folhas secas e flores na estrada. Caminhar por aventuras e planos. Entorpecer-se por paisagens, livros e filmes. Ser curioso. Embarcar na ousadia de sorrir no mesmo compasso que libertar a emoção em lágrimas sem qualquer desconforto em mostrar ao mundo o que sente.     

Os instantes de agora não são histórias. Estão acontecendo quando estou aqui. Acontecem quando procuro mais do que espero. Estou cheio de ar nos pulmões! Vivo! Você se levanta e vê as luzes das estrelas e de repente percebe tudo que te faz pensar. O silêncio, a música, as músicas com as pessoas que mais ama no mundo. Compreende então que você não é só uma música, mas várias músicas. Nessas tais horas é que você é capaz de ser e se sentir infinito. E, eu juro, não há melhor sensação. Desconfio de que não exista melhor sensação do que a do infinito.

Se os olhos brilham atravessam toda a luz adiante. Se espaço os braços é como se o da direita pudesse alcançar o Oceano Atlântico e o da esquerda o Pacífico. Se abro a boca e deixo o vento entrar toda a energia da natureza circula em minha alma e então voo. E, por mais que o dom de voar seja fantástico, ainda assim não há melhor sensação do que a de ser infinito. Porque o infinito é tudo aquilo que não cabe. Extrapola, se estende... No tempo e no espaço porque não é espaço e nem tempo. É profundeza dentro de si mesmo que se conecta com a profundeza das estrelas e de todo o universo.