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Uma menopausa confortável!
terça-feira, 23 de abril de 2013
Uma pergunta que recebo quase todos os dias de novas pacientes em fase de menopausa é a respeito do medo de fazer tratamento com hormônios, pois ouviram dizer, através de amigas, que pode provocar câncer. Segundo algumas pesquisas, o uso de tratamentos com hormônios pode aumentar o risco para o surgimento do câncer de mama, ovários e do endométrio, parte interna do útero. Na verdade, esta questão ainda é motivo de divergências entre muitos médicos e pesquisadores. De qualquer modo, antes de iniciar seu tratamento toda mulher deve se orientar bem a respeito desta dúvida com seu ginecologista.
A terapia com hormônios é utilizada em praticamente todos os países do Ocidente, e em muitos do Oriente. Sua finalidade é amenizar os sofrimentos causados pela diminuição natural da quantidade de hormônios femininos produzidos pelos ovários, o que começa a ocorrer a partir dos 40 anos. Esta perda hormonal causa no organismo feminino uma série de alterações que muito incomodam e prejudicam a saúde e o bem-estar físico e emocional da paciente. Ondas de calor, por exemplo, são a mais comum das queixas e atingem praticamente a todas elas; secura vaginal e diminuição do interesse sexual é uma outra reclamação muito comum. Alterações do sono, com dificuldades para dormir e acordar no meio da noite, é uma reclamação muito ouvida. Problemas com a urina, levantar muitas vezes durante a noite ou sentir uma necessidade urgente de urinar também são coisas que ocorrem muito e prejudicam o dia a dia da mulher. Queda de cabelos acima do normal e ressecamento da pele do corpo podem acontecer com relativa frequência e causam muito desconforto e preocupação, principalmente pelo medo da perda da feminilidade. Mais para a frente podem acontecer danos nos ossos, pois com a falta de estrogênios, que são o principal hormônio sexual feminino, os ossos vão lentamente perdendo cálcio e se tornando fracos, o que aumenta o risco de fraturas, culminando com a fase mais avançada desta perda, que se chama osteoporose, que significa grave descalcificação dos ossos. Para socorrer a mulher nesta fase de sua vida, a medicina dispõe de alternativas bastante eficazes e seguras, que são justamente os hormônios usados na terapia hormonal. Ela é feita com a utilização de dois hormônios - os estrogênios e a progesterona -, usados com cuidado e de acordo com a situação de cada mulher, sua saúde e a existência ou não de doenças que possam ser agravadas com o uso destes hormônios. Algumas mulheres reclamam do inchaço do corpo e das mamas quando estão fazendo uso destes hormônios, outras se queixam de dor de cabeça, tonteiras e um certo grau de depressão. Muitas vezes estes problemas podem ser resolvidos com algumas mudanças na dieta da paciente, a diminuição do sal na comida é uma delas. Diminuir o uso de café com cafeína ou chá preto também pode ajudar muito. Praticar atividades físicas, como caminhadas, a mais simples e fácil delas, e procurar diminuir o peso do corpo nos casos em que isto ocorra também são boas medidas. Finalmente, interromper o uso dos hormônios por um tempo, dois ou três meses, para ver se as coisas melhoram . Se isto ocorrer, pode-se tentar um tratamento com hormônios naturais, extraídos de plantas que, embora menos eficientes, também podem ajudar. A falta de hormônios pode tornar a vida feminina muito difícil e sofrida, causando grande desconforto. O uso racional e acompanhado de perto por médico experiente pode melhorar muito esta situação e proporcionar para a mulher uma enorme melhora e grande alívio.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
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