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Observatório - 06/04/2013
sábado, 06 de abril de 2013
A caminho dos 70!
Um grande veículo de comunicação não se faz só por grandes palavras, mas por grandes palavras e credibilidade. Um grande veículo de comunicação não pauta os demais só porque tem credibilidade e história, mas porque tem credibilidade, história e voz. Sua voz é ouvida, mas acima de tudo ecoa! A Voz da Serra ecoa, transforma, faz a história da história que a cidade escreve. É biógrafo! É quem mostra que João morreu a quem nunca soube que João existiu. Não por acaso, é o veículo de comunicação, entre todos, que mais forma opinião!
68 anos! O mais antigo veículo de comunicação da cidade em atividade chega a 68 anos com vitalidade de menino! Está a caminho dos 70—e não se assuste se depois dos 70 conquistar mais 70!
E nesse tempo viu tantos fatos estamparem suas páginas. Viu tanta gente subir, decair, chegar, partir! Viu tragédias, voltas por cima, esperança! Viu festa, luto, aliança. A tarefa de um biógrafo não é das mais fáceis, mas é absolutamente necessária! Testemunhar, garantir que a história seja contada, ouvida e perpetuada, seja qual história for: feliz, triste, indiferente. O que seriam das histórias de Nova Friburgo nesses últimos 68 anos se não fosse A Voz da Serra?
E, lembraremos com saudade, extrema saudade de quem fez A Voz da Serra acontecer... O primeiro aniversário do jornal sem Laercio Ventura... Francamente, não sei de onde vem tamanha força para prosseguir. Talvez pelo exemplo de sua paixão e provavelmente por seu idealismo inabalável. Entrar para a história nunca foi o objetivo de Laercio, mas deixar legados sim. De que adianta entrar para a história para vê-la se encerrar em si mesmo? Laercio quis e deixou legados pelo exemplo e de quebra entrou para a história! Quanta saudade! Quanta vontade de prosseguir com seus sonhos que seguem em frente com a firmeza dos pássaros que cantam ainda que o ronco dos motores do progresso faça seus cantos ficarem abafados, mas continuadamente almejados—nunca calados! A Voz da Serra é assim! Sobrevive ao progresso porque o acompanha, mas não perde a ternura da simplicidade daquilo que o homem não pode copiar da criação de Deus.
Recordo-me de uma passagem em que Laercio me disse: “Podem falar de mim, podem fazer o que quiserem, mas nada me fere mais do que mancharem o nome de A Voz da Serra”. A Voz da Serra, seu ponto fraco, seu ponto forte! Um homem de paixões, cuja paixão maior foi este jornal que completa 68 anos de serviço a Nova Friburgo!
De alguma maneira sei que essa força prossegue ainda mais forte! Porque quem ficou para prosseguir esse legado é acima de tudo forte, persistente. A Voz da Serra jamais se calará! A Voz da Serra prosseguirá por muitas primaveras atravessando verões. Não só a caminho dos 70, mas caminhando firme para os 100, 140!
Minha história com A Voz da Serra
Em 2007 procurei a editora-chefe Angela Pedretti e contei à ela sobre o meu desejo de me expandir na comunicação e da minha vontade de escrever uma espécie de coluna literária para o caderno Light. Angela foi parceira de primeira hora e prontamente realizou o meu sonho. A partir daquele momento, nada seria mais como antes.
Palavreando
Nascia assim a coluna Palavreando. Todos os sábados, lá vou eu, despejando para o mundo todo meus sentimentos mais íntimos. Falando de tudo um pouco. Logo percebi o quanto A Voz da Serra era lido e o quanto repercutia o que saia no jornal. As inúmeras mensagens por cada texto, uns mais do que outros, é claro. Notícias de pessoas que recortavam a coluna para guardar os textos. Uns até colecionando! Realmente, o Palavreando que até hoje está aí foi um diferencial na minha jornada.
243 crônicas
Até hoje publiquei, contando com a de hoje, 243 crônicas no Palavreando. Meu divã privilegiado contando com a paciência e benevolência de psicólogos/leitores. Há quem incentive publicar um livro! Meu primeiro texto: O que dizer. “Não tenho respostas, apenas observações. Não tenho verdades, apenas pontos de vista. Pelo menos é o que tento! Quando a estrada se abre, quero entrar nela e se a trilha se fecha, no ombro tenho a foice das palavras que me libertam. É assim que se faz história, é assim que a existência não se torna em vão para mim, para você e para todo o resto do mundo!”
Mudanças
De lá para cá, nada mudou nesse sentido de ter pontos de vista mais do que verdades. Cresci, mas a essência permaneceu! Um romântico declarado! O meu texto preferido? É difícil eleger um, pois falei de amores e amigos, de pais e de filhos, de Nova Friburgo e saudade, de futebol e felicidade, de tristeza e esperança. Cada um tem seu momento e seu canto especial nas cavernas de minhas memórias. Mais fácil você me dizer qual o que você mais gosta.
Laercio Ventura
A coluna Palavreando começou a me aproximar do Seu Laercio. Certa vez, Angela me confidenciou que ele há havia perguntado em tom de suspeita: “É esse menino que escreve esses textos mesmo? Não acredito!” Um elogio do mestre que se confirmou quando ele mesmo me fez a pergunta! Nascia ali uma grande amizade regada a suprema admiração que já cultivava pelo nome de Laercio e que se estendeu ao homem, ao pai, ao mestre.
Observatório
Assim, em novembro de 2008, Laercio me chama na sua sala e diz: “Eu estou chateado! Você trabalha na TV, no Rádio e porque é que não trabalha no meu jornal! Quero você aqui. Inventa alguma coisa para trabalhar aqui!”. Esse Laercio! Uma semana depois apresentei a ideia da coluna diária, que dei o nome de Observatório. No dia seguinte estreou e até hoje estamos aí na árdua tarefa de escrever diariamente. Uma crônica que Laercio chamava de editorial e notas sobre todos os assuntos. Assim começou a minha relação diária com A Voz da Serra e especialmente com Laercio, já que pelo menos duas vezes por semana passava longas horas na sua sala, ouvindo atento as histórias. Aprendendo e me tornando com Laercio um ser humano mais completo e melhor! E aqui estamos! A Voz da Serra caminhando para os 70. Palavreando com seus 6 anos! Observatório caminhando para os 5! Caçulas dentro de um jovem velho senhor jornal!
Obrigado
Hoje só posso render meus profundos agradecimentos por fazer parte desta família! Obrigado a cada leitor que confia no trabalho que fazemos. A cada colega de trabalho que possibilita que aquilo que escrevo possa ser impresso no papel e entregue nas bancas e nas casas das pessoas. Agradecimento especial à minha madrinha nessa casa: Angela Pedretti. Angela, obrigado por ter acreditado em mim e ter me dado essa chance! A Adriana Ventura, pela força e coragem que tem demonstrado em encarar o desafio de manter o legado da família Ventura e de certa forma me possibilitar fazer parte disso! E o agradecimento maior ao meu mestre... Laercio Ventura! Jamais esquecerei cada ensinamento! O carinho e a confiança. Cada conversa! Cada conselho! Esse primeiro aniversário de A Voz da Serra sem sua presença física, mas mais forte do que nunca pela fé que nutrimos naquilo que você acredita: fazer A Voz da Serra ser testemunha de transformação de Nova Friburgo!
Wanderson Nogueira
Observatório
Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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