Observatório - 09/01/2013

Nova Friburgo entrou de férias! Sinceramente, eu nunca vi uma cidade entrar de férias. Principalmente, uma cidade com vocações turísticas. 

É princípio fundamental o direito de ir e vir. Se você não abre o seu comércio é um direito seu! Porém, é um desrespeito com a cidade, com as pessoas da cidade e com os turistas!

Por isso, não aceito reclamações de nenhum desses que optaram por não abrir seus bares, restaurantes, lojas, etc. Eles não podem reclamar que a cidade está mal e que as vendas estão fracas. Afinal, quem deixa seu ganha-pão fechado por uma, duas, três semanas, só o faz porque está com o bolso cheio para curtir as férias em Rio das Ostras, Cabo Frio ou Cancun!

O que sei é que quem abriu ganhou o direito de reclamar da economia da cidade, ainda que não tenha o que reclamar. Pois, o que vi neste fim e início de ano—nas duas semanas posteriores ao Natal—foi a cidade cheia. Com os bares e restaurantes que abriram, cheios e até com dificuldade de atender a demanda! Isso porque muita gente ficou na cidade. Outras vieram de outros lugares. E foi triste ver gente querendo gastar, sem ter onde gastar, simplesmente porque muitas lojas deram férias coletivas aos seus funcionários. Nada contra as férias dos funcionários, nem dos patrões, mas não seria mais coerente fazer isso de forma escalonada?

Assim, procurar um lugar aberto foi quase uma aventura nos últimos 15 dias em Nova Friburgo. Fato é que: todos nós nos responsabilizamos pela cidade acrescentando o passo humilde da cada um ao passo de todos ou fechamos a cidade e vamos para a praia! É preciso entender que nem todos os 186 mil habitantes daqui vão deixar a cidade nesse e em nenhum outro período do ano. Que outras pessoas também virão, mesmo sendo mais atrativo o verão em cidades litorâneas. 

O poder público entra nessa história com calendário de eventos. Ora, assim como Rio das Ostras realiza o Festival do Blues e Jazz no inverno, Nova Friburgo também tem que pensar em algo que atraia pessoas para cá no verão! Se no frio, as pessoas vão para a praia, no calor elas também poderão vir para a Serra.

É necessário por parte de todos criar a cultura, formar o hábito de que aqui tem comércio aberto plenamente o ano todo, para o lazer, para as compras de produtos típicos, para os bens materiais duráveis e não duráveis. Que temos vida acontecendo. Somos ou não somos uma cidade turística? Vamos abrir as portas, minha gente! 

Comércio fechado não condiz com cidade rica e forte economicamente, tampouco com cidade falida que precisa fazer circular o dinheiro. Ou seja, não há por que estar de portas fechadas! E aí, vai reclamar de quê? Do poder público? Dos clientes? Da recessão? Da tragédia de janeiro de 2011? O direito de ficar fechado existe e não quero transgredir esse direito, mas é meu direito e de toda a cidade dizer que: quem ficou fechado não tem direito de reclamar de nada!   

 Após as chuvas que atingiram principalmente a Baixada Fluminense, o Estado do Rio atualizou o seu estudo de riscos de tragédias e revela que há pontos com perigo de deslizamento em 67 dos 92 municípios do Rio de Janeiro. Segundo o estudo, a situação é mais critica nas cidades de Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Angra dos Reis e Niterói, onde há mais de 200 pontos de risco, em cada uma dessas cidades.

Pelo menos 36 mil pessoas estão vivendo sob perigo iminente. O levantamento do Serviço Geológico do Estado reafirma que para que ocorram tragédias, não é preciso nem mesmo que as chuvas sejam mais intensas que a média histórica por conta de um grande número de construções em encostas onde já ocorreram desmoronamentos.

 

Além da Caritas Diocesana de Nova Friburgo, que já arrecadou uma grande quantidade de donativos para as vítimas da chuva na Baixada Fluminense, a Cruz Vermelha também está com pontos de recolhimento e distribuições de doações.

 

Os pedidos são por água mineral, alimentos não perecíveis, material de higiene pessoal e limpeza, fraldas descartáveis, colchões, colchonetes, roupa de cama e de banho, cobertores e botinas de borracha.

 

A Defensoria Pública do Estado e outros órgãos que realizam força-tarefa em Duque de Caxias estão utilizando a experiência de Nova Friburgo para realizar seus serviços a população atingida. Lições da maior tragédia climática da história do país a serviço de outros.

 

Estágio na rede estadual de saúde

Estudantes interessados em ingressar na área médica têm até o dia 17 de janeiro para fazer as inscrições para estágio não obrigatório remunerado nas unidades hospitalares da rede estadual de saúde. Ao todo, são 978 vagas para níveis médio e superior. As inscrições podem ser feitas pelo site www.cepuerj.uerj.br, e a taxa é de R$ 45,00 para estágio de nível superior e R$ 30,00 para nível médio.

 

Para nível superior, as vagas são distribuídas nas áreas de Medicina, Enfermagem, Farmácia, Odontologia, Fisioterapia, Psicologia, Nutrição, Fonoaudiologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional. Para nível médio, as oportunidades são para Técnico de Enfermagem, Radiologia e Farmácia. Os estágios têm duração de oito meses e início previsto para abril deste ano. Como benefício, o estagiário receberá uma bolsa-auxílio que atualmente varia de R$ 466,50 (para nível superior) e R$ 311,00 (nível médio).