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É Promoção, é promoção!
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
O que você, caro leitor, acha de comprar o cobiçado smartphone SIII da Samsung, que gira na casa dos dois mil reais, por algo em torno de oitocentos e quarenta reais?
Comprar você não vai, mas pelo menos vai descobrir que esse é seu verdadeiro preço!
É o que diz a nova lei, finalmente regulamentada pelo congresso, que tem prazo para entrar em vigor no final do primeiro semestre de 2013.
A lei determina que todos os impostos embutidos num produto devam ser descritos no cupom fiscal que chega à mão do consumidor.
Neste caso o supertelefone demonstrará custo, e o consumidor saberá que entregará mais de mil e cem reais ao estado. Este valor cobre o aparelho em si, custos de fabricação, de marketing, de distribuição, remunera toda a cadeia incluindo o lojista, e permite inclusive custear os diversos centros de pesquisa que a Samsung possui, incluindo o maior do mundo, a cidade digital, localizado em Seul, na Coreia, onde estão lotados 22 mil funcionários dedicados exclusivamente à pesquisa e desenvolvimento. No total a Samsung conta com mais de 44 mil engenheiros; é mais gente que a Apple possui em todo o mundo operando em todos os setores.
Voltando aos impostos, eu pergunto, como pode o governo brasileiro não conseguir ser eficiente se ele fica com 57% do valor de um item e não teve qualquer custo na produção do mesmo, ou seja, tal receita é isenta de custos e impostos (afinal só ela pode tributar)?
Como pode a iniciativa privada prosperar se ela recebe tão menos do que isso?
O governo nesta nova lei ainda conseguiu mascarar o imposto de importação, ou seja, apenas quando ele for superior a 20% ele será citado, no caso, como do celular, onde atinge 16%, ele não precisará ser mencionado e poderá o consumidor levado ao entendimento que a tributação é menor do que realmente é. Provavelmente porque o governo acha que 20% é pouco para ser mencionado! Vale a ressalva que 20% é muitas vezes mais do que a iniciativa privada obtém de retorno sobre o capital.
É uma vitória, no sentido de conscientizar o brasileiro a respeito da imensa carga tributária de um governo tão ineficiente, folgado e corrupto, mas seria uma verdadeira vitória, obrigar os produtos a serem comercializados e anunciados sem os impostos, como acontece em muitos lugares do mundo, obrigando o consumidor a surtar a cada compra, ao descobrir que tudo custa, 30, 40, 50, 60% mais quando travestidos de sua carga tributária.
Imagina nosso SIII nos anúncios de TV neste fim de ano sendo anunciados por R$ 840, e quando o consumidor chegasse no ponto de venda para comprar o mesmo assumisse seu real status de dois mil reais com impostos? Aposto que a população começaria a olhar para cada político, cada funcionário público de qualquer dos três poderes e principalmente para cada denunciado por corrupção com olhares bem mais atentos e exigentes.
Enquanto nosso consumidor achar que o empregador, o produtor, vendedor e o distribuidor são os elementos do mal que oneram o preço do produto, o estado em suas muitas vestes e comportamentos estará resguardado.
A grande promoção que o mercado precisa realizar é promover a informação, é distribuir de brinde a descrição da tributação do setor, é anunciar o roubo produzido pelo estado e finalmente conseguirmos que o dinheiro do consumidor seja destinado, em sua maioria, ao consumo e não ao tributo, imposto, taxa etc.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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