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A mulher barbuda do circo
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Antigos filmes, geralmente com enredos de comédias, mostravam com relativa frequência personagens que se tornaram marcas registradas.
Entre elas podemos citar os homens muito altos e fortes, pessoas de baixíssima estatura, alguns anões e outros chamados de “gente pequena”, e havia também os muito gordos.
Um personagem trágico que se tornou famoso no cinema foi o homem elefante.
Portador de uma grave doença, que formava tumores no rosto e cabeça, ele atraia multidões pelas cidades onde o circo em que trabalhava passava.
Mas uma figura que também marcou aqueles filmes da década de trinta foi a mulher barbuda.
Apesar de muitas delas não serem verdadeiramente peludas, muitas usavam pelos colados ao rosto e ao corpo, grande parte era portadora de doenças que causavam um crescimento anormal dos pelos na face e corpo.
Com frequência cruzamos com mulheres jovens e de mais idade, nas ruas e diversos outros locais, nas quais é possível perceber nos antebraços e na face uma quantidade de pelos escuros acima do normal para o sexo feminino.
Uma das características que diferenciam os sexos é a quantidade e a característica dos pelos corporais.
Finos e delicados nas mulheres e mais escuros e grossos nos homens. Esta diferença se faz mais acentuada ainda e, principalmente, no rosto.
Apesar de existirem raças com maior e menor presença de pelos no corpo, as mulheres são geralmente menos peludas.
Diferentes doenças, a maioria de origem em alterações hormonais, são as principais causadoras do aumento da quantidade de pelos nas mulheres.
No entanto, estas alterações nem sempre são de fundo glandular. Muitas são de origem genética, filhas de homens muito peludos ou de populações onde a presença de pelos em excesso é uma característica racial.
Algumas também são de origem difícil de diagnosticar, pois as pacientes apresentam os exames de sangue dentro da normalidade.
Uma das alterações que se vê com mais frequência nos consultórios médicos é causada por uma doença que afeta os ovários e é denominada Síndrome dos Ovários Policísticos—SOP.
Atualmente, com a ajuda do Dr. Google, as mulheres, principalmente as mais jovens, conseguem uma boa quantidade de informações a respeito desta disfunção do organismo feminino.
Em tempos muito distantes no passado, suas portadoras quase nada podiam fazer para livrar-se do sofrimento que ela causava. Os mais evidentes eram as espinhas no rosto, a famosa acne, que produzia serias lesões na pele não só da face mas também dos ombros e das costas. Estes acontecimentos levavam aquelas mulheres a ter um comportamento sofrido que diminuía sua autoestima e as levava a fugir da vida social.
Além disto, a doença, na verdade uma síndrome, causa aumento nas taxas de colesterol, provoca aumento de peso e em muitas jovens pode levar a um estado depressivo.
As menstruações são descontroladas e a gravidez pode ser difícil de conseguir sem ajuda médica.
Com as modernas conquistas da ciência medica, contudo, isto mudou para melhor.
Os anticoncepcionais conseguem resolver quase todos os problemas destas jovens, e a presença da medicina estética no tratamento soluciona de vez as complicações.
Assim, só permanece com excesso de pelos e espinhas na face quem não se interessar em buscar ajuda.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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