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Observatório - 24/10/2012
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Diário de uma campanha
Capítulo VI—Sofri bullying
Uma das definições mais objetivas para bullying é: prática repetitiva de violência física ou psicológica de um grupo de alunos contra uma única vítima ou um grupo pequeno de vítimas. O bullying pode ser do tipo verbal ou físico. Tecnicamente falando, há ainda o bullying emocional quando, por meio de fofocas e mentiras, a vítima é colocada em situação constrangedora ou de exclusão social.
Apesar de não ser aluno de escola, posso dizer que durante a campanha eleitoral sofri bullying! Pude sentir na pele o preconceito das pessoas com a classe política, e acima de tudo, a teimosia popular em generalizar! Que a classe política de maneira geral está em descrédito, não há o que se negar! Porém, colocar todos no mesmo saco...
“Todo político é safado”. “Vocês são todos ladrões”. “Voltou? Depois de quatro anos é mole, né? Onde você estava?” Às vezes é difícil se segurar, principalmente quando você é candidato pela primeira vez!
Logo no início da campanha, em Olaria, um balconista de loja, acredito que era o dono, me xingou, me colocou para baixo de moleque! A educação seria o recomendável, mas ninguém tem sangue de barata, ainda mais eu que tremo de indignação perante uma injustiça! Coloquei o dedo em riste e disse: “Você meça as suas palavras! Nunca fui sequer candidato. É por causa de pessoas como você que a nossa cidade está desse jeito! Pessoas despolitizadas que só pensam no próprio umbigo. Se não está satisfeito e não acredita em ninguém, por que não vem você candidato?”. E repeti algumas dessas palavras algumas vezes para as pessoas grosseiras e mal-educadas! Obviamente que a conversa não terminou bem! O homem falava cada vez mais alto para chamar atenção, e, eu por minha vez, não deixava barato! Até que veio a turma do “deixa disso”!
Com o tempo, seu espírito vai acalmando! Não que você aceite melhor as vozes de parte das ruas! Mas é que você passa a entender que seu papel é também o de educador. Educar a sociedade a votar, a pensar em política e entender que ou confiamos em nós mesmos ou que se dane a democracia!
Repeti muitas vezes em inúmeros lugares: “Se não confia em ninguém, venha você candidato! Tenha a coragem de colocar a sua cara a tapa e prove que você é capaz e fará a diferença”. Geralmente, as pessoas recuavam, pois é muito fácil ficar à orla de tudo, criticando, vendo quem vai tropeçar, do que estar do outro lado! Estar do outro lado e fazer a diferença para o bem é de fato para poucos corajosos!
Tudo na vida tem o bom e o mau. O bom e o mau político, como o bom e o mau advogado; o bom e o mau jornalista; tem até o bom e o mau pastor, assim como o bom e o mau padre! Na política isso apenas se evidencia mais! É preciso deixar isso claro para as pessoas! É tarefa de um bom candidato explicar isso de maneira calma e serena!
Nem sempre é possível! Agora rio, mas no momento da discussão a indignação sobe! As pessoas têm toda razão de estarem injuriadas com alguns de nossos políticos! Mas não se os execra generalizando!
Momentos tensos foram as exaustivas explicações quanto à falsa teoria de que voto nulo anula eleição! Em um mercado no Cônego, uma metida à sabichona levou tal discussão próxima das últimas consequências! Depois de eu pacientemente explicar tudo sobre a lei, disse ela: “Eu sei, ta lá na Constituição! Eu sou formada em direito, você acha que me engana, seu safado!”. Não titubeie e a resposta veio na ponta da língua: “É! Bastante preocupante os estudantes que nossas faculdades têm formado”. Ela de imediato retrucou cheia de pose: “Você está me chamando de burra”. Respondi: “Entenda como queira”. Saí para evitar constrangimento ainda maior e também em respeito ao estabelecimento comercial. Ela veio atrás de mim, mas não levei adiante. Naquele momento ela não estava preparada para ouvir e minha paciência já havia se esgotado.
Existem dois tipos de gente grosseira. Aquelas que são grosseiras por não terem acesso a informação e aqueles que se intitulam sabe-tudo! A segunda é a pior, porque sempre está te olhando de cima! Em um desses enfrentamentos, uma me esculachou e só pude responder: “O pior analfabeto é o político”.
O ideal é ter paciência e capacidade para educar! Muitas das vezes, simplesmente não dá, por mais que você insista e fale pausada e generosamente. O que percebi ao longo da jornada é que a maioria das pessoas é educada e solícita! Alguns gostam de depreciar, justamente para aparecer! É preciso respondê-las com firmeza, mas sem perder as estribeiras, porque se alguém fala que todo político é ladrão e você não responde, logo parece que você é mesmo!
Há que se relatar, no entanto, que quem fica mal na situação é a pessoa que é mal-educada. Impressionante, mas há quem depois te encontre e diga: “Desculpa, aquele dia fui muito grosseiro com você! Não estava em um bom dia!”. É de se entender, afinal, nossa cidade realmente não viveu bons dias nos meses que antecederam essa campanha! Mas se a gente quer mudança e a mudança não vem, que sejamos a mudança que tanto queremos!
Mais 1 fechada
A Mais 1 ficará fechada por três dias. De 5 a 8 de novembro. A única casa de shows da cidade fecha para reestruturação, prometendo reabrir com novidades tecnológicas. Os proprietários também prometem mais conforto e praticidade. A reabertura está marcada para o dia 9 com uma megafesta.
Cerimônia coletiva de união estável homoafetiva
Estão abertas as inscrições para a cerimônia coletiva de união estável homoafetiva. Será a terceira cerimônia nesse sentido, programada para em dezembro. Nessa edição, serão reunidos 100 casais, número duas vezes maior que o registrado na cerimônia anterior, em julho.
Inscrições
Para participar, o casal deve encaminhar a ficha de inscrição e os documentos até o dia 12 de novembro para o Centro de Referência LGBT. Em Nova Friburgo, a unidade fica na antiga Rodoviária Leopoldina, ao lado da Prefeitura, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Quem ainda estiver casado civilmente ou em processo de divórcio não poderá se inscrever.
Friburguense
Até o fim do dia de hoje a diretoria do Friburguense espera sacramentar de vez a excursão do time ao Japão no próximo mês. Dado como certo, o Friburguense anuncia que a empresa que promove a excursão já está cuidando dos vistos dos jogadores, enquanto a diretoria busca as autorizações da CBF e da Federação de Futebol do Rio.
Excursão
O clube deve fazer de quatro a cinco jogos, incluindo adversários como o Kashima e o Yokohoma. A delegação será formada por 25 membros, sendo 18 jogadores. A excursão deve durar 10 dias. Em dezembro, o time segue para o interior de Minas, onde fará parte da pré-temporada na cidade de Laranjais.
Novos medicamentos
Dois novos medicamentos contra hepatite C serão oferecidos pelo SUS. Mais modernos e eficazes, os remédios devem beneficiar pessoas com cirrose e fibrose avançada, que são estágios da doença que atinge o fígado. Esses pacientes pertencem ao grupo de maior risco da doença.
Semana de Comunicação
A Universidade Estácio de Sá promove até sexta, 26, a Semana de Comunicação, realizada pelos cursos de Jornalismo e Publicidade. Nestes dias, o campus de Nova Friburgo recebe diversos nomes do mercado para palestras abertas ao público, sempre das 19 às 22h. O objetivo do evento é incentivar o debate sobre os rumos da profissão na área de comunicação social.
Palestras
Durante a semana, poderão ser vistas no campus, exposição de fotos produzidas pelos alunos nas aulas de Introdução à Fotografia, Fotojornalismo e Fotopublicidade. Quem não puder comparecer ao auditório da Estácio terá a possibilidade de acompanhar as palestras pela internet, onde serão postadas entrevistas e matérias com os palestrantes, além da transmissão ao vivo.

Wanderson Nogueira
Observatório
Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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