O STF mostra a verdadeira cara do PT

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O PT (“Partido dos Trabalhadores”) vê, ao longo dessas semanas em que se julgam os envolvidos no escândalo do mensalão, sua farsa cair por terra. Não bastasse a tentativa espúria de garantir uma hegemonia longeva, com uma descarada compra de votos que garantissem a aprovação dos projetos do governo Lula, ainda tentou enganar a opinião pública, a imprensa e os ministros do STF. Para isso contratou causídicos de renome no meio jurídico brasileiro e montou a farsa do caixa dois para justificar a movimentação financeira que comprava o voto de parlamentares do congresso nacional.
O inocente Lula, como a esposa traída, desligadão do que ocorria debaixo do seu nariz, “desconhecia” que no gabinete ao lado do seu, José Dirceu, chefe da casa civil, articulava a peso de ouro a eternização do PT, no comando dos destinos do país. Para quem acredita em Papai Noel, Peter Pan, mula sem cabeça, o desempenho do ex-presidente foi perfeito, pois permanece com a imagem imaculada dos inocentes que foram traídos por seus mais fiéis amigos. Até quando? 
Aliás, impressiona a credibilidade que os dirigentes do partido depositavam no seu tesoureiro, pois a se acreditar nos advogados dos réus, ele movimentou milhões de reais sem o conhecimento dos altos dignatários do PT, inclusive seu presidente à época, José Genoíno. 
Egressos da luta armada contra a ditadura que se instalou no Brasil, a partir de 1964, presos e torturados pelo regime, não foram capazes de consolidar suas respectivas imagens, como defensores do estado de direito e da decência no trato dos bens públicos, por que tanto lutaram. O que fica desse triste episódio da história recente do país é a ideia de que ser do bem é apenas um estágio até se conseguir o poder. Com o poder nas mãos, o indivíduo se transforma e é capaz de tudo para se manter no topo. 
Na realidade o núcleo político do PT perpetrou um golpe contra o estado de direito, na medida em que seus membros almejavam não um projeto de governo, mas sim um projeto de poder. Para o ministro Ayres Britto o projeto de governo é lícito, enquanto que o de poder busca o continuísmo governamental. Aliás, fazer alianças partidárias com o intuito de garantir a governabilidade é um subterfúgio que faz parte do jogo democrático. Infelizmente entre nós a compra de votos seja em espécie, seja através do preenchimento de cargos nos vários escalões da máquina administrativa, corrompeu essa prática e detonou a ética e os bons costumes. A proliferação de partidos nanicos, sem expressão política e programa partidário decente é apenas mais um jeitinho brasileiro de se aproximar do poder, de se aproveitar do poder.
A atuação do STF, a daqueles ministros que honram a importância do cargo, não daqueles que estão lá para protegerem seus padrinhos, é digna de reconhecimento dos brasileiros que ainda acreditam na força dos valores éticos e morais que norteiam os destinos de qualquer sociedade moderna séria. Acredito que a prática política no Brasil depois desse julgamento vai ter seu AM e DM, quer dizer antes do mensalão e depois do mensalão. 
Quem diria!!! Roberto Jefferson ainda vai virar herói nacional.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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