“Homem não chora!“

terça-feira, 02 de outubro de 2012

Quando algum dos meninos chorava, por qualquer desagrado que fosse, se a vovó Neném estivesse por perto, com certeza já ia logo dizendo: homem não chora.
E assim, desde tempos que a nossa memória nem alcança mais, as coisas foram ficando apertadas para aqueles do chamado sexo forte.
Criados para não demonstrarem sinais de sentimentalismo e principalmente não chorar. E assim permanecem até hoje, embora menos rígidas, as regras estabelecidas pela sociedade em relação aos sexos e seus comportamentos, já aceitando que os homens, em determinadas ocasiões, deixem rolar as lágrimas e exteriorizem o seu lado menos “forte”.
Assistimos diariamente nos meios de comunicação a campanhas de ótima qualidade, feitas por profissionais da área de comunicação, mas sempre com a consultoria de médicos especialistas nos temas abordados, que alertam as mulheres a se cuidarem.
Seja em relação ao câncer do colo do útero ou das mamas, orientando para buscarem as consultas de pré-natal, estas campanhas proporcionam um grande apoio e orientam de forma corretíssima as mulheres a se proteger e seguir o melhor caminho.
Ao longo dos anos, e desde as primeiras tentativas de conseguir alguma atenção para suas reivindicações, mais do que justas, a luta do sexo feminino teve uma carreira que, se sofreu algumas quedas e interrupções, por outro lado se manteve ininterrupta e inabalável.
Um dos mais marcantes momentos, que deu origem à criação da semana da mulher, na maior parte do mundo, foi o proposital incêndio de uma fábrica de roupas, nos Estados Unidos, quando as portas foram trancadas e as operárias morreram queimadas.
Outro momento brilhante foi o da luta pelo direito ao voto. Apenas por reivindicarem uma mínima diminuição da jornada de trabalho diária.
Com suas campanhas conseguiram os hospitais da mulher, a licença-maternidade, que em muitos países é valida por um ano, e tantas outras conquistas legítimas.
Enquanto isto, aqueles do chamado sexo forte, enganados por anos e anos de que não deviam chorar, que eram à prova de doenças e tudo o mais, não davam a mínima importância à própria saúde, e ainda hoje, a maioria só o faz quando empurrados pelas próprias mulheres, que na maioria das vezes é que marcam as consultas e os acompanham.
Compram os medicamentos e até mesmo marcam os horários das tomadas dos mesmos.
Segundo as estatísticas mundiais, os homens vivem sete anos a menos que suas companheiras, são menos cuidadosos para seguir seus tratamentos e em geral não obedecem de forma correta as orientações dos médicos, seja a respeito de dietas e atividades físicas.
Parece que já é mais do que tempo de se iniciarem campanhas de apoio ao homem, permitindo o livre choro, desde cedo, que libera emoções e tensões, criação de hospitais e centros de atendimento ao homem e outras iniciativas que estimulem a estes “fortões” a se cuidarem mais e melhor, para viverem por mais tempo e com mais saúde ao lado de suas famílias.

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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