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Fala que eu não te escuto!
Semana passada, no Rio, houve uma edição do TEDx, um evento independente do TED.com, considerado hoje um dos melhores, senão o melhor, site de pensadores da internet, onde figuras como Steve Jobs, Al Gore, Bill Gates e tantos outros ícones do pensamento da atualidade e ilustres desconhecidos, mas também pensadores que nos levam a reflexões, estão disponíveis em palestras de 5 a 15 minutos, com parte do conteúdo legendada para dezenas de idiomas.
Neste caldeirão de pensamentos, o TEDx foi realizado semana passada e, em meio a muitos palestrantes de 15 minutos, houve um que gerou grande reflexão: com o título deste artigo, ele desenvolveu vídeos na internet (veja no YouTube) demonstrando como as pessoas não escutam o que os outros falam; de forma divertida, ele pergunta aos interlocutores como se chega a um determinado lugar e complementa dizendo que vai lá sequestrar fulado, torturar beltrano ou roubar determinado lugar. As pessoas, naturalmente, informam o destino ignorando totalmente as intenções do nosso apresentador.
Deste modo, conseguimos ver a mesma passividade e a mesma desatenção em muitas outras situações, como nos comunicação formal e pessoal. Moldados por um entretenimento superficial que insiste em fazer de todos nós passivos espectadores, ninguém mais liga para ninguém.
O desafio de professores, vendedores e comunicadores se amplia e num mundo onde ninguém se concentra mais. Como fazer propaganda, como fazer sua marca ser realmente lembrada, reconhecida e desejada?!
Uso de imagens, trilha, mensagem, todos em perfeita harmonia; mudança na mensagem de forma a gerar novos impactos, mas com a manutenção no aspecto de forma a manter a identidade. Estes são alguns mantras básicos, mas até quando esse modelo será repetido? Como fazer com que seu público te ouça, ou melhor, te escute?!
Os desafios da comunicação não parecem diminuir em tamanho, tampouco a importância de comunicar. Marcas precisam cada vez mais serem vistas, necessitam de uma conexão com o sentimento dos consumidores, com o modo de viver deles e ocupar lembranças quase viscerais, atrelada a cheiros, cores, sentimentos, ocupando todos os cinco sentidos mesmo que seu comprador se mostre cada vez mais surdo e cego.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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