Eleições ou circo?!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

As vinte uma vagas na câmara de vereadores abriram uma oportunidade que tem hora que mais parece tratar de temporada de emprego no circo.

Acredito que há pessoas preparadas, com motivação política, objetivos e ideais, mas vamos combinar: os envolvidos vão muito além dos políticos ou pretendentes a política usuais. Na verdade parecer ser a esperança de autossolução para muitos.

Uma verdadeira fauna se instalou para assumir a puxada de votos para partidos, que sem se importarem e conhecendo o limitado poder de voto de muitos inscritos, se preocupam exclusivamente em carregar a legenda, que é a verdadeira e parece única estratégia dos partidos numa eleição. Quanto mais candidatos melhor, assim, somam-se os votos de todos daquele partido ou coligação e depois se distribui aos mais votados.

E os nomes de guerra? É um festival. É candidato com nome de bicho, lugar, profissão, coisa, cargo, apelidos medonhos, estranhos e/ou impronunciáveis. O uso do nome da empresa foi proibido, embora parecesse ser só mais um dos muitos apelidos usados, mas tinha campanha usando até logotipo colorido de empresa...

E os slogans? Um salva a família, outro a pátria, outro tem honra, outro é incorruptível, são dezenas, centenas de palavras de ordem em candidatos que não têm qualquer passado ou compromisso com qualquer ideal.

Neste show dos horrores tem candidato que nunca riu, rindo, tem candidato que nunca falou com você eleitor que agora faz até cafuné, tem gente que ainda cerceia e gente que ainda promete e bajula.

No visual é surpreendente. É remake de todo tipo, no melhor estilo “Konga—a mulher gorila” ao inverso, que se transformava de bela loira em uma gorila que assustava criança, tem candidato que está de visual novo: laquê, batom, base, implante dentário, Photoshop e plástica, tudo para ficar adequado aos olhos do eleitor. No discurso, é gente falando certo para não parecer rude, é doutor falando errado para não parecer chique, e em meio aos “nóis é” e os “gente semo” o eleitor vai se sentindo cada vez mais sozinho, e o show cada vez mais sem graça.

Mas o ápice do processo começa semana que vem, com a propaganda eleitoral gratuita na TV e no rádio. Quais serão as estratégias de comunicação? Imagens de uma Nova Friburgo que não existe mais, imagens de janeiro de 2011, promessas que não foram cumpridas, novas promessas a não serem cumpridas; o que nos reserva essa campanha a prefeito? É a primeira pós-tragédia, é a primeira pós-troca-troca da cadeira número um, assim, nem de longe parece que teremos uma eleição óbvia. E como se diz no circo: respeitável público, o espetáculo vai começar!

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