Os homenzinhos azuis estão roxos!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Qual será a cor dos homenzinhos azuis a essa altura do campeonato? Estarão eles vermelhos de vergonha, roxos de raiva ou brancos de desânimo?

Com a restrição imposta a Tim pela Anatel muito (ou todo) do planejamento de marketing deles se perdeu e mais, se contradisse, num exemplo clássico de empresa que possui uma área específica de marketing que não dialoga com as demais ou se vê como superior a todos os outros departamentos, deste modo aconteceu o que deveria acontecer, ruiu o que seria a estratégia, por estar em desalinho com o comercial e o operacional, ou seja, não havia uma estratégia.

Os grandes especialistas compreendem que marketing é tão importante que, não deve ceder a um departamento, mas tornar-se uma cultura dissolvida e permeada por todos os departamentos, influenciando toda tomada de decisão na perspectiva de gerar ao consumidor, de fato, uma experiência inesquecível e adequada, pois a experiência inesquecível e inadequada é fácil, e a empresa rentabilidade e perpetuação!

Campanhas milionárias de TV, uso de mídia outdoor, mobiliário urbano e em ações promocionais, ataques velados a concorrência, muito dinheiro, que deveria ter sido investido na perspectiva do retorno, mas que a essa altura se tornou impossível; virou despesa. E pior continuará virando. No patrocínio da Fórmula 1 da Rede Globo, pelos números oficiais, são R$ 62 milhões, grana que vende muito celular, mas quando não se pode vender, nem Blue Man fica no azul... Wagner Moura, garoto propaganda, já teve vida mais mansa nos tempos que explodia boca de fumo em morro barra pesada na pele do capitão Nascimento, e deve estar pedindo para sair desta enrascada que se meteu, sua credibilidade está sob fogo cruzado.

Mais que o prejuízo financeiro, temos o prejuízo de imagem, gerada pelo contraditório de sugerir a venda, posicionar-se como melhor opção e de repente se ver impedida de comercializar em quase todo o país por apresentar um serviço abaixo do mínimo aceitável pela agência nacional de telecomunicações. Há quem diga que isso é fruto de não financiamento de campanha, mas até que se prove o contrário, o que andam falando é que Fronteira no momento virou sinônimo de sinal, Tim—sem fronteiras, sem fronteiras com o mercado consumidor.

Neste mercado, de muitas operadoras, as fusões no curto espaço de tempo são inevitáveis, escala é muito importante e excesso de concorrência corrompe muita margem e impede uma política de fidelização, pois o que vemos hoje é uma política baseada em migração, premia-se quem entra na base, e não quem está na base. Com o amadurecimento do mercado a tendência é de reversão e ajuste, e o que tudo isso pode significar, um atalho para o desaparecimento da marca Tim e absorção de sua base por outra operadora.

Do ponto de vista de planejamento, estratégia e gestão de marketing, a Tim cometeu um erro grave, trabalhar longe demais a esfera da promessa—da entrega; ignorou os setores comercial e operacional; não acreditou nas pesquisas de satisfação e subestimou o órgão regulador.

Prejuízo inestimável para a marca, a Tim terá que se reinventar, novo garoto propaganda, novo trio, nova promessa e sobre tudo, novo comportamento. Enquanto isso os demais players estão brindando a oportunidade, Tim-Tim!

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