Quem é o meu próximo?

terça-feira, 10 de julho de 2012

Caros amigos, para os que querem viver segundo o Evangelho de Jesus Cristo, a pergunta sobre a identidade do “próximo” é sempre atual. O Senhor definiu como maiores os mandamentos de amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo (cfr. Mt 22,37-39), logo, examinar nossas consciências sobre a sinceridade de nosso amor é pedra fundamental de nossa construção pessoal como católicos.

No Evangelho segundo Lucas, Nosso Senhor explica quem é o nosso próximo com a conhecida parábola do Bom Samaritano (cfr. Lc 10, 25-37): A história do homem que indo de caminho para Jericó, foi assaltado e espancado, ficando como morto à beira da estrada, e que foi ajudado não pelos seus irmãos de raça, mas por um samaritano, etnia que há muitos anos havia rompido com os judeus e era objeto de inimizade de toda a nação.

O tocante nesta passagem é o convite que nos faz de derrubarmos todos os limites que impomos à caridade. Há quem escolha os seus “próximos” segundo interesses particulares, ou coloque em primeiro lugar os interesses de um grupo, mesmo que os apelos das necessidades urgentes de nossos semelhantes estejam em outro lugar. Isto, entretanto, não é o que nos ensina o evangelho.

A caridade de Cristo não tem fronteiras, não vê raça, posição social, cultura, idade ou credo religioso, chega inclusive ao que o considera como inimigo. Assim deve ser também nossa caridade. Nosso próximo é aquele que necessita de nossa ajuda, mesmo que esta implique que paremos em nosso caminho ou redesenhemos sua rota.

Muitas boas obras são omitidas no mundo por causa das falsas barreiras que erguemos entre nós e nossos semelhantes, tais sentimentos de divisão erguem muros e causam verdadeiras contradições como as guerras entre irmãos de raça, perseguições por motivos religiosos, atentados terroristas para alcançar a justiça. A humanidade, quando comete tais atos, revela quão superficial está, em seu coração, a mensagem do Evangelho.

Também em relações de menor escala, como disputas e brigas familiares, divisões dentro de grupos religiosos e disseminação de calúnias, encontramos o mesmo pecado que combate a parábola do bom samaritano: a supervalorização dos interesses egoístas em detrimento do cuidado das necessidades de nossos irmãos.

Enquanto os interesses pessoais cegarem nossos olhos para as necessidades de outrem, não compreenderemos quem é nosso próximo, não nos faremos próximos dos que necessitam de nossa ajuda, nem receberemos a recompensa prometida por Jesus na ocasião de sua volta.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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