Instrumentalização do “feminismo” e o aborto

terça-feira, 03 de julho de 2012

Caros leitores, ao receber notícias a cerca da pretendida “descriminalização do aborto”, muito me impactaram os argumentos utilizados pelas mulheres que defendiam esta prática imoral.

Colocam-se em tela os “direitos da mulher” como justificativa para o aborto. Mas, se a todo direito garantido por lei corresponde sempre um bem que deve ser resguardado, cabe-nos, então, a pergunta: quais são os autênticos bens femininos resguardados pela descriminalização do aborto?

Há tempos que se vem incutindo em nossa sociedade um estereótipo de mulher que nega todos os valores que são sinônimos do feminino, e a isto se chama ilogicamente de “feminismo”.

Um dos maiores dons que Deus deu às mulheres, por exemplo, foi a graça da maternidade, entretanto percebemos que o modelo de mulher bem-sucedida que vinculam os meios de comunicação é a figura da estéril, não a figura da mãe.

A mulher exaltada como modelo pelos meios de comunicação é a que não cuida de seus filhos, mas delega a outras esta responsabilidade; é a que possui um corpo de modelo, de adolescente, de estéril, não a que está grávida ou amamentando; é a que foge do lar como de uma escravidão e não vê no cuidado das pessoas que mais ama um valor a ser cultivado. Este modelo passa como normal aos nossos olhos, mas, refletindo com atenção, vemos que nega radicalmente o modelo cristão de mulher.

Para os discípulos de Jesus, é difícil traduzir em conceitos abstratos o que é “ser mulher”, mas desde sempre os cristãos têm diante dos olhos um modelo concreto de feminino: o de Maria Santíssima. Nossa Senhora sempre foi exaltada como exemplo de maternidade, cuidado, fortaleza conjugada com doçura, senso de justiça, abnegação, paciência e proteção dos mais fracos... todo o contrário dos argumentos que tentam legitimar o aborto.

Quando tiramos da mulher este privilégio de ser mãe e a convencemos de que isto é o melhor para ela, rompemos os vínculos que mais a realizam em sua condição natural e a transformamos com mais facilidade em um bem economicamente produtivo e manipulável.

A defesa do aborto não responde a verdadeira vontade da mulher brasileira, mas a interesses particulares e egoístas. Com a descriminalização deste crime contra o bebê e violência contra a mulher, é justamente a mulher que ficará mais desprotegida, à mercê de pressões exteriores de familiares ou companheiros que a obriguem a abortar pelo simples motivo de não arcar com as responsabilidades que acarretam o cuidado de uma nova vida. Pensemos nisto!

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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