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Você se preocupa demais quanto a repetir a mesma roupa ou sapato? Fica tomando conta de quem faz isto?
Inês de Castro apresenta um quadro sobre comportamento, moda e beleza de segunda a sexta na Band News FM. Ela trabalhou como editora de beleza, moda e comportamento nas revistas Claudia, Nova, etc. Colaborou, escrevendo artigos para as revistas Marie Claire e os jornais Gazeta Mercantil e Jornal da Tarde. É autora dos livros “Etiqueta da Beleza”, “A Moda no Trabalho”, “Como Fazer Seu Chefe Amar Você”, “O Guia da Cirurgia Plástica”, “Mamãe Vai Trabalhar e Volta Já” e “O Guia das Curiosas”. Dias atrás ouvi um comentário dela que achei ótimo e compartilho com você agora.
Sabia que Katy Middleton, Duquesa de Cambrigde, esposa do Príncipe William da Inglaterra, usou o mesmo sapato bege, e repetiu um vestido com sobrecapa em eventos diferentes em curto espaço de tempo? Ela nem esquenta a cabeça com isso e é da realeza inglesa! Ela deu um exemplo ao mostrar com isso que não tem guarda-roupa diferente para todas as ocasiões.
O que isto tem que ver com saúde emocional? Não é chato quem que fica observando e fofocando sobre quem repete roupa ou sapato, especialmente roupa de festa? Você acha que não pode repetir roupas de festa, que são geralmente muito caras? Por que isto? Quem disse que não pode? Você acha que é ser moderna(o) mudando sempre as roupas de festa? Uma preocupação exagerada quanto a estas coisas pode revelar ou uma mediocridade, vida superficial, um tipo de compulsão, insegurança emocional, etc.
Há oito anos atrás, Jum Nakao, estilista famoso, colocou na passarela modelos vestidas somente com roupas de papel. No desfile as modelos rasgaram as roupas, jogando os pedaços de papel na plateia. A mensagem era sobre o incômodo da moda descartável. Segundo Inês, “ele deu o mais bem dado dos recados para os fashionistas, que foi a de que moda boa é a veste bem e que dura. Não é aquela se usa um dia e joga fora depois, pois isto tem outro nome: é desperdício!”. Concordo plenamente.
No início de 2005 fui estudar nos Estados Unidos, onde ficaria um bom tempo e levei apenas duas malas, uma mala de mão e uma mochila com meu laptop, documentos, câmera fotográfica, uns dois livros, minha Bíblia. Ao viver numa quitinete no campus onde estudava/treinava sobre medicina de estilo de vida, fui verificando que as roupas contidas nas duas malas eram mais que suficientes para o dia a dia de minha vida. Comecei a entender melhor o que já havia pensado antes, que podemos viver uma vida mais simples com conforto. Vida simples não é vida medíocre. É uma vida desfocada de besteiras, como ficar tomando conta de quem usa roupa diferente no meu grupo social (trabalho, igreja, clube social, família, amigos, conhecidos, etc.), e não ficar obsessivo quanto a isto comigo mesmo.
Pense numa coisa: no que você estaria ocupando sua mente em vez de ocupar com estas besteiras? Não teria algo útil para se concentrar e falar?
Viver de aparências é um vazio. Isto não quer dizer que você deve ir para um ponto em que não cuidará de seu visual. Neste caso você cairia num desleixo e isto não é legal, nem para você e nem para a pessoa com quem você convive.
Evite ficar obsessiva(o) quanto à sua aparência (vestuário) ou quanto a aparência de outras pessoas, assim como evite o desleixo pessoal. Faça esforços para cuidar de sua aparência física, do seu visual, mas com equilíbrio, valorizando em primeiro lugar sua vida, não sua aparência. “Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?” Jesus Cristo, em Mateus 6:25.
Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
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