Colunas
Obesidade, grave problema de saúde pública
Nunca é demais insistir e abrir os olhos dos nossos leitores para a importância de determinados temas da saúde pública. Assim nesse espaço abordarei a Obesidade, considerada hoje, pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o maior flagelo da humanidade. Essa doença, crônica na sua essência, pois o gordo assim como o hipertenso e o diabético têm que ser acompanhados por toda a sua existência, obedece a uma equação simples em que ganho de peso é igual a aumento da ingestão de alimentos e diminuição da atividade física.
De acordo com o Ministério da Saúde, quase metade da população brasileira (48,5%) (dados de 2011) está acima do peso. Segundo a Dra. Rosana Radominski, do Departamento de Obesidade da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo) o que mais chamou atenção das autoridades foi um aumento em 0,5% no excesso de peso e número de obesos de 2010 para 2011. Se essa taxa continuar nesse patamar, o total de obesos do Brasil terá aumentado em 50%, no espaço de dez anos. O mais preocupante é ter consciência de que, entre crianças e adolescentes, o panorama é o mesmo—se não for pior, pois 31% deles, de ambos os sexos, estão na faixa de risco e 16% são considerados obesos pelos padrões atuais. É preciso ressaltar ainda que a probabilidade de uma criança gorda se tornar um adulto obeso aumenta em cerca de 20% aos quatro anos de idade e de 40%-80% na adolescência.
Atualmente são consideradas acima do peso aquelas pessoas que têm um índice de massa corpórea maior de 25. O IMC é calculado dividindo-se o peso do paciente pela sua altura elevada ao quadrado (IMC= peso: altura²). De acordo com a OMS índices inferiores a 20 caracterizam a magreza, entre 20 e 25 estão os normais, de 25 a 30 o sobrepeso, entre 30 e 35 a obesidade grau I, de 35 a 40 grau II e acima de 40, obesidade grave ou mórbida. Nos Estados Unidos a partir do IMC 30, o indivíduo já é considerado obeso.
Nossos leitores sabem que engordar não é difícil, mas o contrário nem sempre é fácil. O pior é termos conhecimento de que tudo que é gostoso tem grande potencial “engordativo”. Portanto, a afirmativa de que alimentação saudável e atividade física nunca vão sair de moda é uma realidade. Não adianta um obeso querer emagrecer apenas à base de medicamentos e dieta, sem em contrapartida assumir que o mais importante do tratamento é a mudança de hábitos de vida. Na grande maioria os gordos não gostam de praticar esportes, sendo sedentários por excelência; são completamente desregrados, do ponto de vista alimentar, sem horários ou com omissões frequentes de uma a duas refeições. Nesse caso a próxima alimentação vai ser mais copiosa, pois a fome será maior. Além disso, anoréticos não podem ser usados por tempo indeterminado e se não houver uma reeducação dos hábitos alimentares e do estilo de vida, o risco de ganho do peso perdido é mais do que real.
Os obesos têm de ter em mente que seu médico é um ser experiente e que conhece todas as manhas do paciente, pois o maior movimento dos consultórios dos endocrinologistas é composto de pessoas que querem emagrecer. Portanto aquele papo de “doutor eu não como nada e estou engordando!” não é levado a sério, pois sabe-se que isso, embora possível, é muito improvável. O “gordinho” come e muito.
Se você leitor está acima do seu peso normal pense nas consequências funestas que a obesidade pode desencadear e comece uma mudança séria nos seus hábitos de vida, com uma alimentação correta, atividade física frequente e sem excesso nas bebidas alcoólicas. Isso com certeza vai ser bom para sua saúde.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário