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O fantasma da nossa geração—ou, vovó Neném já dizia: “Quem cala consente”
Cada geração tem os seus próprios fantasmas. Os mais velhos, acima dos setenta, assistiram ao medo que seus pais e avós demonstravam quando se falava em tuberculose, paralisia infantil, sarampo e muitas outras doenças que se transmitiam de pessoa a pessoa, sem falar nas temidas epidemias de gripe. Ainda podemos falar da raiva, que os animais contaminados passavam para as pessoas. Depois do surgimento das vacinas e dos antibióticos, as coisas melhoraram muito e aqueles medos foram perdendo a força e sendo vistos como coisa do passado.
A atual geração foi criada debaixo do temor da aids e do câncer, com todas as suas variantes, das mamas, da próstata, a leucemia, um câncer do sangue, da pele e muitos outros.
Um temor mais recente, mas não menos assustador, é o de ser agarrado pela depressão ou por sua prima de primeiro grau, a síndrome do pânico.
Uma geração com tendência a sofrer de obesidade, que acaba por se tornar mórbida, aquela que leva à morte mais depressa, onde as pessoas passam a pesar mais do dobro do que seria o seu normal, e passam a ser diabéticos e hipertensos.
Estas duas últimas inimigas da humanidade avançam com rapidez na maioria das nações em desenvolvimento. Devemos ressaltar que ninguém fica obeso mórbido sem colocar a comida na boca com as próprias mãos, assim como acontece com o fumo e com o álcool, mesmo sendo avisado por toda a família todos os dias, e por isto é vista pela medicina como uma doença.
Contudo, o mais recente e temido dos males que rondam a nossa vida é o mal de Alzheimer.
Noticiado todos os dias por todos os meios de informação. Não se passa um só dia sem que algum jornal, TV, rádio ou a internet publique alguma notícia sobre este monstro da nossa época.
São sugestões de formulas para prevenir a doença, retardá-la, algum jeito de fugir deste bicho-papão.
Seja mudando o tipo de alimentação, seja trocando hábitos de vida por outros mais saudáveis, buscam-se modos de passar longe dela. Fazer palavras cruzadas, ouvir boa música; vale quase tudo na tentativa de não ser o próximo da lista.
A mais recente novidade vem da Colômbia, onde reside uma família que possui o maior número de pessoas com esta doença em todo o mundo.
Uma nova droga, que possui parentesco molecular com drogas usadas em oncologia, de ultima geração, será testada por cinco anos nestas pessoas e provavelmente já nos primeiros três se poderá saber alguma coisa a respeito da sua eficácia.
Vamos torcer por este estudo, que ele possa ser o grande combatente contra o fantasma desta nossa geração.
E mudando de assunto, ao fim da coluna desta semana, aqui vai um recado da vovó Neném para o pessoal da CPI do Cachoeira. Antigamente se dizia que quem cala consente, e creio sinceramente que este ditado continua valendo nos dias de hoje, vocês concordam? Talvez valha a pena rever o artigo constitucional que permite ao cidadão calar-se para não produzir provas contra si mesmo, pois noventa e nove por cento dos brasileiros nada devem, no sentido legal, para fazer uso deste artigo. Permanece então uma nação inteira à mercê do silencio de vários indivíduos, quando todas as evidências e gravações assistidas por todos nós apontam para os verdadeiros culpados de um grande malfeito contra o país. Está lançada a sugestão de um abaixo-assinado para uma lei de origem popular neste sentido!
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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