Empreendedor—entre o mito e a realidade

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Afinal, por que, hoje, tanto se fala em empreendedorismo, se a sociedade desde a era agrícola conseguia produzir e ter êxito? Será que tudo isso é necessário para melhorarmos o funcionamento da empresa, inclusive de uma escola?

É sim. A prova disso é muito clara: nossas escolas, se não explicarem aos alunos os caminhos do aprender a conhecer, aprender a conviver, aprender a fazer e aprender a ser que, na verdade, são princípios empreendedores, estarão preparando futuros desempregados. O desempregado não pagando a seguridade social poderá comprometer nossa aposentadoria.

Alguns olham o empreendedor como se fosse um mito, pensando que eles são natos e, portanto, não constroem caminhos para ampliar as próprias capacidades empreendedoras. Portanto, fogem! Outros há que imaginam o empreendedor como um jogador de sorte que chegam aos objetivos graças ao acaso e, não, ao emprego de esforço e criatividade. Fogem de novo, afirmando que não são irresponsáveis a ponto de correr riscos. Assim, a pecha de solitários, incapazes de trabalhar em equipe e difíceis de tomar decisões recai sobre os empreendedores, por parte daqueles que não querem fazer um blow-up (ampliação) em vários setores de sua vida profissional.

A profissão, hoje, requer o que fazemos constantemente com nossos computadores: fazer um upgrade pessoal e profissional. Este salto para cima é a exigência tanto do mercado quanto de nossa própria realização. Nesse aspecto o empreendedorismo pode ser um grande colaborador porque a realização pessoal requer uma ampla visão do mundo, uma visão do futuro da empresa, o que orienta o administrador a tomar decisões acertadas. É próprio do empreendedor fazer a diferença, aquele que, com poucos recursos consegue realizar muito, aquele que faz o impossível tornar-se possível. Mesmo nas grandes dificuldades, a mente empreendedora explora as oportunidades. Trata-se de quem, dentro de uma empresa, além de ver o que todos veem são capazes de colocar em prática uma solução viável e transformadora.

Esta figura nova, exigida pela sociedade do conhecimento, precisa desenvolver a curiosidade, a criatividade, ser uma pessoa atenta às informações para transformá-las em conhecimento. Tudo isso é possível para um professor.

Este novo tempo não consegue conviver com perdedores, os que sabem trazer problemas e não vislumbram solução alguma. Isso lembra a história que se conta de um recreio de professores: na sala dos professores, num dia frio, a janela estava aberta. O primeiro professor, pessimista, falou mal do frio; o segundo, otimista, fez previsões de dias melhores; o terceiro, empreendedor, levantou-se e fechou a janela!

Este terceiro professor certamente refletirá o mesmo jeito de ser dentro da sala de aula. Se for um coordenador, saberá organizar uma equipe coesa, criará, com facilidade, redes de contatos. Por tudo isso eles conseguem assumir riscos calculados. Eles sabem que não devem correr perigo! São pessoas felizes porque aceitam desafios e criam valores para a sociedade.

Mas, quem é este empreendedor? “O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente através da introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização, ou pela exploração de novos recursos e materiais” (Schumpeter, 1949).

O importante é saber que esta pessoa, dentro da empresa é necessária e perfeitamente possível de se construir.

Prof. Hamilton Werneck é pedagogo,

escritor e conferencista.

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Hamilton Werneck

Hamilton Werneck

Eis um homem que representa com exatidão o significado da palavra “mestre”. Pedagogo, palestrante e educador, Hamilton Werneck compartilha com os leitores de A VOZ DA SERRA, todas as quartas, sua vasta experiência com a Educação no Brasil.

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