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Vale a pena lutar
Alguns anos atrás, importantes jornais dos Estados Unidos da América—e este pais é sempre citado quando se fala em temas relacionados à saúde humana, por seus severos e confiáveis sistemas de controle—publicaram avisos alertando a todos os portadores de problemas emocionais, como depressão, por exemplo, que evitassem ao máximo ler ou assistir nas TVs a noticiários que abordassem temas sobre violência, guerras e outros assuntos que pudessem quebrar o seu precário equilíbrio mental.
Não tenho, no momento, lembrança de algum estudo que tenha sido realizado em nosso país a respeito da influência do que é publicado e mostrado todos os dias em nossa imprensa no emocional dos brasileiros.
Temos que reconhecer a fundamental importância dos nossos órgãos de informação na manutenção do estado de democracia e liberdade, e na denúncia dos crimes contra o cidadão e a nação. O que seria de nós se não fosse a imprensa livre e atuante.
Aqueles avisos que citei no início da coluna foram patrocinados, naquele país, pelas associações de psiquiatria de lá.
Me pergunto qual o efeito deste verdadeiro bombardeio diário de notícias de corrupção entre políticos, autoridades de diversas instituições, roubos, assassinatos, atropelamentos por motoristas embriagados, que conseguem se livrar com penalidades mínimas, sobre o sistema nervoso dos brasileiros.
Certamente, por mais que queiramos, nenhum de nós escapa deste noticiário, quase que de guerra, livre de alguma sequela.
Apenas para dar uma noção a vocês, apenas em acidentes de trânsito em todo o país, são registradas cinquenta mil mortes por ano.
Para comparar, durante toda a guerra do Vietnam, que durou vários anos, morreram cinquenta mil soldados norte-americanos.
O que deve acontecer com os hipertensos, diabéticos, depressivos, com aqueles que sofrem de insônia, com aqueles que estão passando por crises de fé, enfim, com todos nós?
Com certeza todos devem piorar muito de seus males. E, é possível que nenhum de nós tenha noção de que grande parte desta piora, seja devida a esta poluição moral que nos cerca.
É bem provável que coloquemos a culpa de tudo em alguma coisa que comemos no churrasco do domingo, na carne gordurosa de ontem, na cerveja que se abusou um pouco, no aborrecimento que alguém da família tenha causado, vamos sempre buscar alguma explicação para o mal-estar que nos acometa, sem nos lembrarmos da chuva de ruindades, ou malfeitos, como gosta de dizer nossa querida presidenta Dilma.
E vocês, amigas e amigos leitores da coluna, como acham que são afetados? Ou acreditam que estas coisas não atingem sua saúde?
Será mesmo que seu corpo sofre com isto, seu sono, seu diabetes, seu reumatismo, sua pressão e tudo o mais, pioram por viver num ambiente assim?
Alguns médicos afirmam que a imunidade das pessoas sofre uma diminuição por causa disto, e daí muitos apresentam mais crises de alergia, de herpes, de gripes. Será mesmo assim? A luta permanente contra toda forma de mal deve ser um objetivo de todos aqueles de boa fé, de boa índole, de todos os que almejamos por um a nação melhor, mais justa, que será a herança que deixaremos para aqueles que nos sucederem, para nossos filhos e netos.

Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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