Cada caso é um caso - 14 de fevereiro 2012

sexta-feira, 06 de abril de 2012

Praticamente a totalidade das pessoas ignora, apesar de ler as bulas, os riscos de fazer uso de remédios sem a correta orientação médica.

A bem da verdade, se dermos a atenção correta às contraindicações e efeitos colaterais dos medicamentos disponíveis nas farmácias e drogarias, muitos de nós desistiriam de utilizá-los, pelo medo que aquelas palavras causam. Afinal, muitas vezes as bulas falam mais desses efeitos negativos do que das verdadeiras finalidades curativas.

Apesar de tudo isto, nenhum médico poderá, com absoluta certeza, dar garantias aos seus pacientes de que aqueles contraefeitos ali informados não irão acontecer.

A presença dos riscos é sempre uma sombra pairando no ar.

Hoje, com o aumento dos conhecimentos sobre DNA e genética, ficou bem mais claro para a medicina entender as razões pelas quais pessoas de uma mesma família se beneficiam com o uso de um medicamento e outras não.

Uma pergunta muito comum nos consultórios médicos é exatamente a este respeito.

“Minha mãe ou meu irmão se deram muito bem com este produto, enquanto para mim, que tenho o mesmo problema não adiantou nada! Por quê?”

A resposta com certeza está na genética de cada um de nós.

Esta é uma das explicações para o sucesso, ou insucesso, dos tratamentos para todas as doenças, inclusive o câncer. Parentes muito próximos podem apresentar resultados completamente diferentes, que vão do sucesso ao fracasso, em relação a uma mesma patologia, utilizando os mesmos tratamentos.

A principal razão para a busca de remédios personalizados—uma das mais fortes tendências da moderna pesquisa médica—é exatamente esta.

Um ditado muito citado pelos velhos doutores de tempos passados, nas pequenas localidades do interior deste nosso imenso país, dizia, com enorme sabedoria: cada caso é um caso. Como se já pressentissem as verdades, desconhecidas na época, mas que hoje são realidade. O que é cura para alguns, é veneno para outros.

Um exemplo marcante destes casos é um produto usado na medicina para dissolver e evitar a formação de coágulos no sangue. Com doses maiores, esse mesmo remédio, que salva milhares de vidas todos os dias, é utilizado como veneno contra ratos, vendido em centenas de lojas e muito usado no meio rural.

A busca por melhor atender milhões de pacientes em todo o mundo, e com preços mais baixos, ao alcance da maioria da população, vai conduzindo a indústria farmacêutica a inovar cada vez mais.

Uma das grandes promessas para um futuro próximo é a chamada polipílula.

Ou seja, num único comprimido, vários medicamentos associados, o que torna o tratamento mais fácil para quem se utiliza dele, e barateia os custos, uma vez que leva a economia de embalagens, bulas, impostos e outros itens.

Vamos esperar para ver, e torcer por esta nova pílula, que vai beneficiar principalmente aqueles de menor renda.

TAGS:
Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.