Depressão e aterosclerose - 2 de fevereiro 2012

Aterosclerose é uma terminologia empregada para descrever o espessamento e endurecimento das lesões nas artérias musculares de grande e médio calibre (como as carótidas, artérias dos membros inferiores, coronárias e vasos do polígono de Willis no cérebro), e nas artérias elásticas tais como aorta e ilíacas. Este termo é usado em contraposição com o termo arteriosclerose que é um termo genérico para descrever o espessamento e endurecimento de todos os tipos de vasos sanguíneos.

A aterosclerose é responsável pela maioria dos casos de derrames cerebrais e enfarto do miocárdio (“ataques do coração”) representando assim a principal causa de morte nos Estados Unidos e no mundo ocidental.

O que ocorre na aterosclerose é a formação de placas de ateroma (gordura ou lipídios) na parede das artérias, e na medida em que a doença avança elas se tornam cada vez mais numerosas diminuindo o calibre das artérias e, assim, comprometendo o fluxo do sangue, e ainda debilitando a parede arterial. As artérias com aterosclerose sofrem calcificações e ulcerações de sua parede, podendo desprender pedaços que seguem pela corrente sanguínea podendo causar microembolias.

A revista médica Archives of General Psychiatry, Fevereiro 2007, publicou um artigo no qual o prof. Jessé C. Stewart, da Universidade de Indiana e Indianápolis, verificou que houve o desenvolvimento de placas em vasos sanguíneos nos pacientes deprimidos. Ele afirmou que o estado psicológico da pessoa influencia sua qualidade de vida e pode exercer impacto significativo na sua condição física.

Stewart e colegas avaliaram o papel da ansiedade, da raiva e da depressão para a formação da aterosclerose entre 324 homens e mulheres entre 50 e 70 anos de idade. Testes de avaliação psicológica para ansiedade, raiva e depressão foram feitos, enquanto avaliou-se por exames de imagem a presença de aterosclerose. Mediu-se a espessura das paredes das artérias carótidas, direita e esquerda (levam sangue para a cabeça), e de outros vasos maiores do pescoço que também fornecem oxigênio para o cérebro.

Verificou-se que sintomas depressivos estavam associados com a formação de placas durante os 3 anos de estudos deste grupo de 324 pessoas. Mas não se verificou nada quanto à associação da aterosclerose com a raiva e a ansiedade.

O uso de antidepressivos tais como a Fluoxetina e a Sertralina não causaram importantes mudanças nas placas de gordura associadas à depressão.

Os investigadores concluíram que a depressão, mas não a ansiedade e a raiva, pode estar envolvida na iniciação e/ou avanço da aterosclerose. Estudos posteriores que examinarem o papel de emoções negativas (dolorosas) poderão guiar para a identificação de aspectos particulares que produzem efeitos doentios sobre o sistema cardiovascular (coração e vasos sanguíneos) devido a tais emoções.

O Dr. Stewart acrescentou, dizendo: “Identificar estes aspectos lesivos poderia conduzir ao desenvolvimento de intervenções mais potentes e focadas, designadas para lidar com os prejudiciais aspectos das emoções negativas”.

“O coração alegre serve de bom remédio” , diz a Bíblia em Provérbios 17 verso 22. Sempre há algo pelo qual podemos ser gratos e nos alegrar. Gosto de um adesivo que vejo em alguns carros que contêm a frase: “Olhai bem as montanhas!”. Olhe em torno de você hoje e veja quantas bênçãos há. Preste atenção hoje e veja como é que coisas boas ocorrem em sua vida. Com, sem ou apesar das suas lutas e dores.

Manifeste, portanto, gratidão, e seu coração (parte mais profunda da mente) se alegrará e assim poderá prevenir as placas de ateroma, ainda mais se você adotar um regime alimentar vegetariano, praticar exercícios físicos sistematicamente ao ar livre, não guardar ressentimentos, e ajudar as pessoas voluntária e gratuitamente.