Sobriedade: educação para a liberdade - 31 de janeiro 2012

Caros amigos, há tempos que as drogas destroem lares e vidas em larga escala no mundo. Atualmente são cerca de 6 milhões de pessoas dependentes no Brasil e 2 milhões de óbitos consumados nos últimos anos. Segundo estatísticas da Previdência Social, só no primeiro semestre de 2011, 21 mil trabalhadores foram afastados do serviço por motivo de uso de drogas em nosso país.

Diante desta estimativa, que poderia ser ampliada se levássemos em conta os demais países do mundo, podemos nos perguntar qual a resposta adequada da Igreja e da sociedade. A violência, desde logo, não é uma resposta válida. Com ela apenas se amenizam determinados sintomas de uma causa mais profunda e não se respeita a dignidade dos usuários, que se converteram em verdadeiros reféns de sua própria desgraça e massa de manobra nas mãos dos grandes traficantes.

Sobriedade não é simplesmente a ausência de álcool e demais drogas, mas é uma maneira de viver e é fundamental para todas as pessoas e categorias sociais. Os excessos são prejudiciais não só a saúde física, mas também à psicológica, social e espiritual.

O Santo Padre, o papa Bento XVI, na mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, nos recorda a importância da educação dos jovens para a justiça e a paz, e a grave dificuldade que impõe o relativismo atual.

Devemos reconhecer que vivemos uma autêntica crise de “verdade”. Os meios de comunicação de massa confundem defesa da verdade com intolerância, e acabamos educando nossos jovens com estes mesmos valores relativistas, que os tornam incapazes de uma resposta definitiva sobre as drogas. Quando renunciamos a uma verdade que norteie os nossos passos, condenamo-nos a viver sem ideais elevados e expomos nossas vidas aos interesses particulares, ou mesmo coletivos, do individualismo reinante.

Precisamos dar a oportunidade aos jovens de conhecer a verdade profunda acerca de si mesmos e sobre o que é o bem e o que é o mal. Resposta que só pode estar pautada em ideias claras, que, ultimamente temos covardemente negado às novas gerações, especialmente em relação aos obstáculos criados para a afetiva implantação do ensino religioso confessional e plural e a valorização da família como lugar privilegiado da educação dos filhos.

O medo de acolher a verdade e viver coerentemente com ela gera uma sociedade fraca e sem ideais, cria uma geração incapaz de levantar-se do vício das drogas e prevenir-se adequadamente de suas más influências. Só a verdade nos torna livres! Deus abençoe a todos.