Tumulto no trânsito em Olaria e Cônego - 25 de janeiro 2012

sexta-feira, 06 de abril de 2012

Um dos graves problemas que atrapalham a administração pública brasileira é o fato de a maioria dos escolhidos para comandar setores importantes não ter conhecimento suficiente da função e sim QI—o famoso “quem indicou”. A recente indicação de Marco Antonio Raupp, um renomado físico, matemático e livre docente da USP (Universidade de São Paulo), para o Ministério da Ciência e Tecnologia foi criticada pelo PT porque não se tratava de um político do partido e sim de um técnico (e que técnico!). Poderíamos dizer que seríamos um país mais justo e mais sério se o principal fator para a escolha de um homem público recaísse na competência profissional e não na sua bagagem política, pois conhecimento adquire-se, voto barganha-se.

Em nossa cidade temos um exemplo gritante do grande malefício da indicação partidária em detrimento daquela por conhecimento. Trata-se da Autran (Autarquia Municipal do Trânsito) e das lambanças que ela promove no nosso já caótico trânsito de cada dia. Mais uma obra na Via Expressa, mais uma dor de cabeça para o cidadão.

Iniciada no governo Alencar Pires Barroso e entregue à população durante a gestão Paulo Azevedo, a Via Expressa é hoje o principal corredor de ligação dos bairros da Cascatinha e do Cônego com Olaria e o centro da cidade. Qualquer interrupção nessa via deveria ser pensada e estudada antes de seu início. Infelizmente, não é o que acontece.

Desde a semana passada um reparo no sentido de descida para a cidade tornou-se uma “via crucis” para o motorista. Uma interrupção, de cerca de 50 metros de pista na altura do posto de gasolina próximo ao Cieps, causou um grande engarrafamento que se estendeu pelos bairros da Graça, Olaria e Cônego. No entanto, a simples transformação da via de subida do Centro para o Cônego em mão dupla, naquele trecho, tornaria a circulação um pouco mais lenta, mas nunca ao ponto de causar tanta confusão. Uma boa sinalização e guardas bem orientados beneficiariam todos, minimizando as dificuldades dos que por ali circulam. Nesses tempos de refilmagem de Sherlock Holmes poderia parecer óbvio o “meu caro Watson”, mas não o é.

Na quinta feira passada, em função dessa obra, um motorista teve sérios problemas com um agente da Autran, problema esse que foi parar na 151ª Delegacia de Polícia com queixa do agente, por agressão, à autoridade policial. Ao ter sua placa anotada o condutor simplesmente tomou e rasgou o bloco de anotações de infrações das mãos do funcionário.

Tudo poderia ter sido evitado se o responsável pela Autarquia de trânsito tivesse o correto conhecimento das consequências que um simples fechamento de rua poderia ocasionar e tivesse tomado providências para dar mais fluidez à circulação dos veículos.

Em tempo: hoje, 23 de janeiro o gargalo trocou de lado, pois a interrupção se deu no sentido da cidade para o Cônego.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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