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“Eis aqui o Homem!” - 22 de dezembro 2011
Pilatos, prefeito da província romana da Judeia dos anos 26 à 36 depois de Cristo, foi o juiz que, de acordo com a Bíblia, condenou Jesus a morrer na cruz, mesmo não encontrando nEle nenhuma culpa. Após avaliar Jesus, Pilatos mandou açoitá-Lo gratuita e injustamente, apresentou Cristo à multidão, com a coroa de espinhos na cabeça e um vestido de púrpura, dizendo: “Eis aqui o Homem”.
Natal tem o sentido de “nascer”, “originalmente destinado a celebrar o nascimento anual do Deus Sol no solstício de inverno (natalis invicti Solis), e adaptado pela Igreja Católica no terceiro século d.C., para permitir a conversão dos povos pagãos sob o domínio do Império Romano, passando a comemorar o nascimento de Jesus de Nazaré”. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Natal)
Mesmo não sendo 25 de dezembro a data oficial do nascimento de Jesus Cristo, reflita no significado deste Homem para os habitantes do planeta Terra. Na Bíblia, em Isaías capítulo 9 e verso 6 lemos: “Porque um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu; e o principado (governo) está sobre os Seus ombros; e o Seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz [Sar-Shalom].” A palavra “Maravilhoso” no hebraico em Isaías 9:6 denota algo extraordinário, inefável, além da compreensão humana.
Espiritualmente falando, Natal é, na verdade, uma experiência pessoal diária na qual ocorre uma mudança em nosso ser que nenhum psicólogo, psiquiatra, psicanalista, neurologista, neurocirurgião pode produzir. Carl Jung, citado pelo psicanalista Erich Fromm, diz que a religião, e eu diria, a religião do Natal verdadeiro, é uma experiência ligada ao, como diz Jung, “luminosum”, uma referência à esta fantástica vivência que ilumina nosso ser e o eleva que é o Natal, como o despertar espiritual que certos membros do grupo dos Alcoólicos Anônimos conhecem muito bem. Quando o Natal é verdadeiro para eles, então podem dizer o que eu ouvi de uma ex-alcoólica que andava pelas ruas do Rio de Janeiro bêbada: “Não me pergunte como eu consegui parar de beber. Só sei que consegui”. Ela se referia ao Natal vivido dentro do AA. Este tipo de Natal liberta.
Você precisa de alguma libertação que nenhum médico pode lhe dar? O “Natal Pessoa”, Jesus Cristo lhe diz: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas [mentes]. Porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve”. Mateus 11:28-30.
A cruz tem dois paus. Um vertical e outro horizontal. Podemos inferir que o horizontal significa que há coisas que podem ser resolvidas pela intervenção humana, ou seja, o homem ajudando o homem. Isto pode ser numa relação médico-paciente, psicólogo-cliente, etc. Mas o pau vertical da cruz indica que há certas coisas em nossa vida, em nossa pessoa, que só podem ser resolvidas pela intervenção divina. Só através da Pessoa do Natal espiritual. Enquanto você não descobrir isto, provavelmente estará buscando meios e métodos humanos que se mostram impotentes.
Se é o seu caso, então seja humilde e aceite que você precisa do Natal, de um novo nascimento, de ser feito uma pessoa diferente e melhor e que há algo além do consciente seu, além do psicológico, que vai até o espiritual, que a Bíblia chama figurativamente de “coração”, que precisa de renovação, regeneração.
Como conseguir viver este tipo de Natal? Depende de três passos simples: (1) “Vinde a Mim”, diz Deus a você. Vá a Ele, diretamente, sem intercessores; (2) Converse espontaneamente com Ele (“Vinde e arrazoemos.” Isaías 1:18) e (3) Entregue-se totalmente a Ele, dizendo como o rei Davi: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto”. Salmo 51:5.
Desejo um Natal deste tipo para você, um momento de cada vez, um dia de cada vez, sempre. Feliz Natal!
Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
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