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Cada governo tem o Magri que merece - 20 de dezembro 2011
Para quem tem a memória curta, Antonio Rogério Magri foi ministro do trabalho do governo Collor e produziu uma das frases mais hilárias desse país ao afirmar em alto e bom som que “o cachorro era um ser humano como outro qualquer”. Para deixar patenteada sua marca registrada no besteirol que nossos políticos são mestres em produzir, o ministro da Ciência e Tecnologia Aloizio Mercadante afirmou ontem que “morrerão pessoas nesse verão e nos próximos. O que estamos fazendo é diminuindo o impacto dos extremos climáticos que estão se agravando.” Estanislau Ponte Preta, que falta você nos faz!
O que não foi dito pelo ministro é que a incompetência, aliada ao descaso de nossos administradores, gerou, gera e ainda vai gerar mais mortes desnecessárias enlutando famílias inteiras. Esses indivíduos esquecem que são as vítimas dessas tragédias, muitas vezes evitáveis, que pagam impostos razão dos altos salários desses parasitas que se não grudassem como mariscos nos cargos políticos, morreriam de fome.
No nosso caso específico, quase um ano se passou. E o que fizeram? A cidade continua suja, esburacada, com bueiros entupidos e a população histérica (histeria, aliás, mais que justificada) com qualquer chuva mais forte. O medo dos deslizamentos, do assoreamento e transbordamento dos rios e das ruas cheias de água e lama é uma constante. Não se tem verbas para remendar a cidade, mas como na Roma antiga, teremos grana para vinho e diversão nos festejos momescos. Uma Maria Antonieta tupiniquim, provavelmente, exclamará: “O povo não tem casas, distribuam barracas”. E a nossa pobre Nova Friburgo continuará crescendo como o rabo dos cavalos. Para baixo.
O Natal está próximo, faltam menos de uma semana para que os cristãos comemorem o nascimento daquele que veio para salvar a humanidade. Rezemos, e muito, ao menino Jesus para que ele não se esqueça da cidade; que as nossas preces sejam para que a natureza poupe Nova Friburgo de mais tragédias e que ilumine não a cabeça de nossos homens públicos, mas sim daqueles que ainda perdem tempo em votar. Que esses abnegados e ainda crédulos façam um esforço hercúleo para escolher os menos ruins e elejam pessoas que se não estiverem afim de ajudar, pelo menos não atrapalhem. Vai ser difícil, mas quem sabe nossas preces serão escutadas.
Desejo de coração a todos os meus leitores um feliz Natal e um 2012 com muita saúde, paz e amor e, sobretudo, sem os sobressaltos e os temores do ano que se finda. Esses votos são extensivos a todos os meus amigos e, principalmente, aos colegas do jornal A Voz da Serra e, em especial, ao seu diretor presidente Laércio Ventura. Que 2011 seja um marco nas nossas vidas e que, no futuro, apenas uma lembrança triste na memória de um povo que tenta se reerguer, dar a volta por cima e voltar a sorrir.
Esse é meu último artigo do ano que se vai, pois paro para justas e merecidas férias até 15 de janeiro. Um até breve e meus agradecimentos a todos.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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