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Tempo de espera - 29 de novembro 2011
Caros amigos, hoje somos alvos da rapidez e das grandes exigências do mundo moderno, somos muito acostumados ao imediatismo e pouco aptos a esperar.
Com o avanço da rede mundial de computadores, a internet, o mundo está cada vez mais a “um click” de distância, e algumas informações que antes eram fruto de árdua pesquisa e trabalho de documentação, agora estão à disposição de todos com muito mais facilidade. Neste ambiente, criado por nossa correria, desvalorizamos algo essencial para a fé, o valor da espera e da paciência.
Estamos enraizados no “povo da promessa”, nascido da vocação de Abraão e constituído pelos mandamentos do Sinai, povo que por tantos séculos esperou o messias e que, na plenitude dos tempos, em Cristo, “recebeu um ministério superior baseado em promessas melhores” (cfr. Hb 8,6). A espera confiante nas promessas do Senhor, que sempre se cumprem, é algo próprio dos discípulos do Senhor e a este itinerário nos convida o tempo litúrgico que acabamos de iniciar.
Uma lógica contrária vivem os apelativos do comércio. A cada ano as lojas exibem mais cedo suas decorações de Natal e a pressa das promoções e propagandas nos fazem esperar mais as liquidações dos últimos dias que o nascimento de Jesus.
No advento nossa esperança se dirige a Deus que visita o seu povo, que se faz também filho do homem para que o homem chegue a ser filho de Deus. Uma característica importante da espera é a preparação. Na espera de uma visita querida ou importante sempre há preparação. Nada há de mais estranho à espera que a passividade.
A liberalidade de Deus que entra em nossa história humana nos impulsiona a um autêntico arregaçar de mangas: desistir dos caminhos do egoísmo para poder encontrar o Senhor; entrar pela via da caridade para enriquecer-nos com seus dons; permitir-nos visitar os mais necessitados de atenção para descobrir, enfim, a divina verdade por trás da fraternidade de todos os homens: a verdade de que Deus é Pai e ama todos.
Assim, quais as iniciativas que teremos neste Natal? Muito pode ser feito para levar o calor humano e divino do Natal a tantos lares necessitados. Muitos são os que apesar da abundância de presentes e enfeites, ainda não descobriram a alegria de deixar nascer Cristo em seu coração. Muitos ainda não o conhecem e por isso permanecem distantes, sem esperança, sem o quê esperar para o próximo dia 25 de dezembro.
Que os seguidores de Jesus por sua presença e exemplo lhes mostrem o excelente caminho do estábulo de Belém.
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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