Homem e sociedade - 22 de novembro 2011

sexta-feira, 06 de abril de 2012

O ser humano, maravilha da criação divina, só alcança a sua plenitude no convívio com seus irmãos, os demais homens e mulheres. Não foi criado para estar só, mas para conviver, de modo que é, por natureza, um ser para a unidade e para a conciliação: imagem e semelhança do Deus Trindade.

A sociedade deveria ser, então, um reflexo desta tendência nata à unidade e ao amor, que pulsa no humano coração. Porém, ante os graves desvios que o afastamento de Deus provoca no universo criado, a harmonia social e a hegemonia do bem comum não são um produto acabado, mas sempre construído e mantido por todos os que, com boa vontade, edificam com obras e em verdade a Civilização do Amor.

Deste modo, o indivíduo é mais do que um número que integra a comunidade. É alguém responsável por tudo o que se refere à terra onde nasceu, que responde por si e pelo conjunto, pelo sucesso e pela solução das dificuldades, embora em graus diferentes.

O amor ao país em que se vive é um sentimento natural e deve ser alimentado por todos os cidadãos, sem perder, entretanto, o senso de responsabilidade por toda a comunidade humana, que também deve crescer a partir da solidariedade entre os povos e nações da terra. Quanto antes percebermos que todas estas subdivisões entre os homens são úteis na medida em que não nos fazem esquecer nossa comum vocação aos “Céus novos e nova terra onde habitará a justiça” (cfr. 2Pd 3,13), casa sem divisões e pátria permanente de todos nós, mais próximos estaremos da realidade.

Nada há de mais estranho a esta verdade que certo sentimento de cansaço moral e desencanto dos cidadãos ante os preocupantes rumos da política nacional e local. É importante recordar que a eleição dos candidatos dos poderes executivo e legislativo é um ato de capital importância para todos, mas que não exime a responsabilidade de todos nos posteriores rumos da política. A lei garante ainda outras formas de fiscalização e intervenção que podem ser levados a cabo por cidadãos conscientes de seu papel.

A crítica pode transformar-se, muitas vezes, em um instrumento cômodo para aquele que se esquiva da responsabilidade pessoal de fazer crescer a sociedade, segundo suas possibilidades; mas o cultivo de uma efetiva solidariedade e participação política, quando realizada por católicos conscientes de sua missão neste mundo, pode ser a luz que precisamos nestes tempos de tantas obscuridades no cenário nacional e regional.

Que brilhe em vossos corações a luz de Cristo. (cfr. Mt 5,16; IICor 4,6.)

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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