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Caiu mais um ministro, marca registrada do atual governo - 1º de novembro 2011
Numa rotina que já se tornou comum, caiu mais um ministro da era Dilma. A bola da vez foi Orlando Silva, do PCdoB (Partido do Cambalacho e da Baderna) que ocupava o ministério do Esporte. O motivo foi o de sempre: a utilização de verbas públicas para fins outros aos quais se destinavam. Exemplo edificante num país que quer deixar de ser emergente para se transformar em mais uma potência do mundo moderno.
É preocupante a constatação da intensificação dos casos de corrupção envolvendo altos cargos do governo, afinal este é o quinto ministro a pedir demissão ou ser demitido por esse motivo, desde que o PT assumiu o poder. O que chama mais a atenção é o fato desse partido, durante o período em que foi oposição, ter se posicionado como guardião da moral e da ética, postura diametralmente oposta àquela assumida como partido no poder. Aliás, Lula já afirmara, quando ainda era presidente, ser um o discurso da oposição completamente diferente daquele quando se assume o poder.
Se partirmos do princípio de que a corrupção é um via em dois sentidos, pois não existe corruptor sem a presença daquele que aceita ser corrompido, somos um país sem solução nas próximas gerações. Em ano de eleições como será o de 2012, isso se torna patente, pois eleição no Brasil é sinônimo de um grande balcão de negócios. Além das promessas de um prato de comida, uma dentadura, mil tijolos, emprego na máquina administrativa, em troca de votos, ainda temos os altos financiamentos de campanha, patrocinados por empresários de grandes empresas, interessados em expandir seu raio de ação na futura administração. É público e notório que sem altos investimentos nenhum candidato consegue ser eleito; basta ver o balanço dos grandes partidos no período pós-eleitoral, sem falar na famosa caixa dois das campanhas. Tanto isso é verdade que no congresso nacional tem-se a bancada dos grandes produtores agrícolas, dos evangélicos, das construtoras e de outros interesses que não vale a pena serem citados.
Parece ser completamente falsa a premissa de que o eleitor deve continuar tentando, pois um dia conseguira eleger homens com h maiúsculo, cujo interesse principal não será o de recuperar o que foi investido no último pleito com juros e correção monetária, nem de preparar terreno para as futuras eleições. O objetivo maior será o de trabalhar em prol da comunidade numa tentativa de melhorar a qualidade de vida da população, principalmente dos menos favorecidos. Aliás, para isso pediram nossos votos e foram eleitos.
Recentes publicações na imprensa, dos bens de nossos políticos após vários mandatos sucessivos, mostram que nenhum emprego é mais compensador que o de político profissional. Supera em muito o de jogador de futebol de times europeus. Se lá o salário é maior, o tempo em serviço muito mais curto. No Brasil temos políticos, ainda em ação, que se fossilizaram na função.
Já foi dito anteriormente que a democracia, no papel, é um regime muito interessante, mas deveria estar em constante processo de atualização à medida que a humanidade caminha. O que era adequado a cinquenta nos atrás, com certeza não o será mais hoje. No entanto, nossos políticos têm verdadeiro pavor quando se fala em reformas para adequar o regime aos dias de hoje.
Nas próximas eleições avalie se ainda vale a pena perder tempo votando num modelo falido. Se você estiver indeciso deixe para daqui a quatro anos, não se precipite.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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