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Parabéns, minhas amigas! - 1º de novembro 2011
Tudo sempre muda, sempre foi apenas uma questão de tempo. A moda, principalmente a feminina, é o exemplo mais comum em todos os recantos.
Desde mais de cem anos atrás, quando um grupo de mulheres, que teve a coragem de reclamar uma pequena diminuição no seu horário de trabalho, foi trancafiado dentro da fábrica e em seguida a mesma foi incendiada, tudo isto com a conivência das autoridades da época, as mulheres iniciaram uma caminhada que nunca mais foi interrompida, até o dia de hoje.
Sem perder a ternura, como dizia o herói Ernesto “Che” Guevara, elas se apoiam e correm atrás de tudo aquilo que consideram um direito.
Principais responsáveis pela criação e acompanhamento dos filhos, além de os gestarem por nove meses, muitas pagando alto preço por isto, basta que olhemos para as marcas que a gravidez deixa em seus corpos, grandes ou pequenas varizes, as terríveis estrias, que nem mesmo o melhor cirurgião plástico consegue retirar completamente, as alterações no corpo causadas por alterações hormonais próprias daquela fase, hemorroidas, que muitas vezes acabam em tratamento cirúrgico e outras menos comuns.
Tudo isto sem falar nos riscos de lesões mais graves, com sequelas que podem ficar para sempre.
A medicina, conduzida totalmente pelos homens, principalmente nos seus primórdios, manteve em muitas especialidades uma postura machista, sem se falar na influencia religiosa, pois para aqueles que interpretam a Bíblia ao pé da letra, os ditos fundamentalistas, acreditam ser correto e justo que se siga o preceito onde se diz que “entre dores e lágrimas darás à luz”.
Apenas de alguns anos para cá, foram as mulheres “brindadas” com o direito de receberem uma analgesia, um tipo de medicação que retira a dor do parto, em alguns países.
Entre nós, esta condição praticamente fica restrita a algumas situações especiais, mas de forma geral ela não é disponível para a massa da população.
Na semana passada, um dos mais importantes jornais dos Estados Unidos, o Herald Tribune, publicou uma reportagem, que tive o prazer de ler, onde coloca uma nova postura das autoridades de saúde daquele país.
De uma posição extremamente contra o parto por cesariana, aquelas autoridades passaram a entender que mais importante era a posição da gestante, a principal interessada.
Não deveria prevalecer apenas a indicação dos médicos, mas também o desejo da mãe.
Daqui para a frente, as cesarianas apenas por razões medicas deixam de ser uma posição oficial da medicina daquela nação. Mais uma vez, a luta das mulheres para serem ouvidas conseguiu uma vitória. Parabéns, minhas amigas!

Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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