Os bombeiros, o governador e o que é legítimo - 9 de junho 2011

domingo, 31 de julho de 2011

Não, não se trata de mais uma saga das fantásticas histórias do livro de Clive Staples Lewis, As Crônicas de Nárnia. Os bombeiros, o governador e o que é legítimo até daria um bom título, mas fiquemos como o leão, a feiticeira e o armário, sem querer parodiar, sabendo que o título original não tem bem essa ordem, mas só para ficar bem entendido.

Não sou o C. S. Lewis, mas com base na nossa dura realidade também descrevo aqui heróis e vilões, batalhas hercúleas, fantasia e a confusão natural entre política e direito com doses de heroísmo e vilania. De um lado a causa. Do outro, a legitimidade da causa e a tentativa clara de mudar o foco e esvaziar o que é legítimo. Mas como toda história, no fim, o papel de cada um se revela.

Obviamente, o protesto dos bombeiros acabou saindo dos trilhos e mesmo que a democracia seja uma festa requer ordem. Mas cá entre nós, demorou a sair dos trilhos. Não é de hoje que os bombeiros do Rio estão reivindicando melhorias salariais e de condições de trabalho. Esperaram, esperaram e ainda esperam. Nem sempre quem espera sempre alcança! O governador fingiu ouvir. O governador enrolou no diálogo e fez discurso. Ele é bom no discurso! O governador deu gratificações que são cala-bocas que não resolvem. O governador fez elogios, mas elogios não pagam as contas no final do mês. Gratificação não é salário, abono não é garantia. O movimento é legítimo e mesmo que os protestos tenham saído dos trilhos, ainda assim a legitimidade das reivindicações não muda!

O salário dos bombeiros (R$950 mensais) é uma vergonha tão grande quanto é o Estado do Rio. O governo do Estado vai à contramão do Brasil. O Estado do Rio não valoriza as pessoas. O Estado do Rio não valoriza gente!

Os heróis do Rio são os bombeiros que recebem o menor salário da categoria no Brasil. Nem o bombeiro de Roraima, com todo o respeito ao estado nortista, recebe menos do que o bombeiro fluminense. Nossos heróis são os professores que recebem salário ainda pior e que estão em greve não porque querem, mas porque as alternativas se esgotaram.

O Estado compra ar-condicionado para as salas de aula, porque não dá para superfaturar salários. O Estado diz investir em equipamentos, porque não dá pra superfaturar a noite não dormida do bombeiro.

Quiserem inverter os papéis de opressor e vítima. Não conseguiram. Porque gente fica do lado de gente! Os bombeiros merecem salários mais dignos. Os professores merecem salários mais dignos. E, nós, merecemos governos melhores que tratem gente como prioridade e que encarem qualidade de vida da população como obsessão. O Estado não pode se fazer presente só na opressão...

Cotas em concursos

Agora é oficial. A partir de julho, a exemplo dos vestibulares das universidades públicas estaduais, os concursos públicos do Estado terão 20% de cotas para negros e indígenas. No entanto, a nova regra não isenta negros e indígenas de obterem as notas mínimas estipuladas para cada concurso. Caso faltem candidatos nessa condição, as vagas serão redistribuídas para não cotistas.

Vistoria

O Detran abriu 80 vagas extras de vistoria para o posto de Nova Friburgo. As vagas estão disponíveis para este sábado, 11, quando o serviço será oferecido entre 8h e 12h45. É necessário o agendamento pelo 0800-0204040 ou pelo site www.detran.rj.gov.br. O posto de Cordeiro também abre, com oferta de 20 vagas.

Hotéis

O Brasil aprovou um novo modelo de classificação hoteleira, passando a seguir o modelo mundial de referência para serviços turísticos com a categoria dos empreendimentos hoteleiros. Passam a existir sete tipos de denominação: hotel, resort, hotel-fazenda, cama e café, hotel histórico, pousada e flat/apart hotel, com classificação de uma a cinco estrelas.

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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

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