Aleluia! Alegremo-nos, porque Cristo ressuscitou! - 26 de abril 2011

Meus irmãos e irmãs, o domingo de Páscoa é um dia de grande alegria para o mundo inteiro! Alegramo-nos porque Cristo ressuscitou e com ele todas as nossas esperanças de uma vida nova. Esta solenidade é o centro e o ponto alto de todo o Ano Litúrgico.

Para nós que estamos em Cristo, a ressurreição do Senhor é o ponto para onde convergem todas as nossas esperanças e é também a fonte de nossa alegria, porque a Páscoa de Jesus é o cumprimento de todas as promessas do Antigo Testamento e dele próprio, é a prova cabal de sua divindade, é o acontecimento que dá sentido a todos os seus sofrimentos, e também aos nossos, e que nos dá acesso a vida nova com o Pai, princípio de nossa própria ressurreição futura (cf. Catecismo nn. 652-654). Em fim, como dizia o apóstolo das gentes, “se Cristo não ressuscitou, vazia é nossa pregação, vazia também é nossa fé” (I Cor 15,14).

Deste sentimento se nutriam os santos, que, mesmo em meio aos maiores tormentos, sabiam descobrir a presença salvadora de Cristo que transfigura a realidade pela força do Amor. Tomo como exemplo as palavras do mártir vietnamita Paulo Le-Bao-Thin: “Eu, Paulo, prisioneiro pelo nome de Cristo, quero falar-vos das tribulações que suporto cada dia, para que, inflamados no amor de Deus, comigo louveis o Senhor, porque é eterna a sua misericórdia. Este meu cárcere é realmente a imagem do inferno eterno. (...) Imerso nestes tormentos, que costumam aterrorizar os outros, pela graça de Deus sinto-me alegre e contente, porque não estou só. Estou com Cristo. (...) No meio da tempestade, lanço a âncora que me permitirá subir até ao trono de Deus: a esperança viva que está no meu coração” (cf. Spe Salvi, 37).

A âncora de nosso coração chega até o trono de Deus e em nós prevalece a luz, a pesar das tribulações e de nossas próprias trevas interiores.

Bom seria que o mundo inteiro fosse iluminado, até os corações dos que nos governam, pela Luz da ressurreição. Deste modo o bem das populações seria assegurado agora e no futuro: gerando energia a partir de fontes energéticas menos nocivas para o Planeta; pondo-se em prática políticas de conscientização ambiental e consumo racional; priorizando a produção agroecológica de alimentos; planejando melhor as cidades, de modo que os cidadãos não sejam empurrados para áreas que são naturalmente de risco; entre outras iniciativas.

São estas algumas consequências concretas que brotam de corações iluminados pelo Ressuscitado, transformam os sinais de morte presentes no mundo em aurora de tempos novos para a humanidade.