CEM dias de esquecimento, SEM noites de tranquilidade. - 21 e 22 de abril 2011

domingo, 31 de julho de 2011

Friburguenses, uni-vos! Durante os duros dias de janeiro ouvi muitas pessoas me dizerem que são nestes momentos que os homens mostram o que tem de melhor e o que tem de pior. Assim repito, conclamo, imploro: friburguenses, uni-vos!

A mídia se foi em busca de outro circo. Entre tsunamis e Realengo, ela segue nos divertindo. Os políticos se foram com suas mãos sujas de farelos (e outras coisas); mas pão que é bom, nada! Ficou nossa Roma, com seu povo, vitimada por um Nero climático; é tudo que querem nos deixar.

Acusado de louco, o clima enfurecido devastou o que e quem encontrou pela frente, e deixou a todos nós boiando na própria sorte — mas, junto, a ímpar oportunidade para contradizermos nossa história e sermos melhores do que jamais conseguimos ser.

Naquela noite que virou dia, as nascentes mataram, os morros viraram planícies e as águas secaram os sonhos de tantas famílias. Após cem dias de tantas contradições, só não houve surpresas nas promessas políticas; essas ficaram como sempre foram feitas para estar: em promessas.

Cadê seu deputado estadual, federal, seu senador, seu governador, sua presidente? Cadê a tinta que assina e resolve; cadê as lágrimas e o olhar estarrecido? A caneta de ouro parece permanecer no bolso, manchando as promessas!

Se as obras das olimpíadas estão atrasadas, o que serão de nossos muros?!

A cidade retomou seu ritmo onde a chuva por requinte a poupou. Somos todos capazes de circular por muitos lugares e fingir que nada respingou por ali, mas precisamos de mais, precisamos demais que muitas coisas mudem, e nossa conduta é fundamental. Mas precisamos de muitas outras coisas também — entre elas, da tinta que assina e resolve.

Nosso dever de casa é estabilidade e união política; precisamos de sinergia, precisamos que velhos hábitos se verguem à necessidade de novos hábitos. Nossa Friburgo precisa de cooperação, sem estrelismos, sem pessimismo, com organização, e não nos iludamos, precisamos da tinta da caneta também.

Precisamos dos políticos, da mídia, do vizinho, do cliente, precisamos de generosidade e perseverança. Temos que nos reinventar, e CEM dias depois parece que evitar as ruas com lama foi toda mudança que aconteceu no dia a dia de muita gente. Temos que mudar não de percurso, não de casa, mas mudar no coração, na mente e nos perguntar: o que posso fazer!?

O que temos de melhor e o que temos de pior?!... Essa pergunta não sai da minha cabeça! O que temos nós?!

Nossa grande chance está aí, empoeirada, enlameada! Mais que uma grande necessidade, é sim uma grande chance. Fazer uma história diferente. Se parecia impensável tudo que aconteceu naquela madrugada e manhã, por que não podemos também fazer o impensável?

Aliás, temos que fazer o impossível, mas de forma 100% pensada, porque CEM dias já se foram, e não podemos ter um futuro SEM esperança, temos que lutar SEMpre e COM união, tinta de caneta, concreto e com o que temos de melhor.

TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.