Nem o leite das mães escapou! - 19 de abril 2011

domingo, 31 de julho de 2011

Os progressos da ciência médica, sempre apoiados nas pesquisas da biologia molecular, da indústria farmacêutica, da engenharia genética e eletrônica, e mais recentemente, na nanotecnologia (nano= mínimo), estão permitindo aos médicos realizar proezas antes impensáveis.

Doenças que destruíam vidas aos milhares, como nas epidemias mundiais das terríveis febre tifóide, gripe espanhola, varíola, sarampo, e por aí afora, são hoje coisas do passado. A hanseníase (lepra), que mutilou e destruiu vidas às centenas de milhares, desde os tempos bíblicos, apesar de ainda existir em forma ativa no nosso país e em outros, é perfeitamente tratável e curável em questão de meses.

A temida tuberculose — que numa certa época da história brasileira foi chamada de “mal do amor”, pois estava relacionada, entre outros fatores, com a vida noturna dos poetas e suas amantes — encontra-se quase erradicada em todo o mundo, é perfeitamente curada com um tratamento que também tem duração curta, exigindo repouso e boa alimentação.

Infecções que antes levavam à morte verdadeiras multidões — apendicite, por exemplo, por ser uma das mais conhecidas pela população — são curadas por uma cirurgia das mais simples no atual estágio da medicina, realizada nos hospitais dos recantos mais longínquos do país.

Os transplantes, que dão vida nova a milhares de pessoas espalhadas por este planeta, já não causam mais a comoção dos tempos em que o Dr. Zerbini realizou o primeiro, do coração, em São Paulo, de tão comuns que ficaram.

Quando começávamos a pensar que as coisas estavam sob controle, com as vacinas impedindo as doenças de agredirem nossas crianças, a cirurgia nos livrando de muita coisa ruim, as tomografias e ressonâncias permitindo visualizar tudo dentro do corpo humano, e as novas drogas usadas nas quimioterapias resolvendo quase todos os casos de câncer, nos deparamos com novas doenças causadas pelo próprio progresso da tecnologia.

A fartura de comida levando populações de muitas nações a sofrer de obesidade — que é considerada hoje um grave problema de saúde pública em muitos daqueles países. As alterações que atingem o corpo humano, pela falta de exercícios físicos, as pessoas quase não caminham mais. Automóveis, motocicletas, ônibus, nos levam de um lado para outro das cidades. Nem precisamos levantar da poltrona para mudar o canal da TV, o controle remoto faz isto por nós.

A enorme quantidade de produtos químicos que ingerimos todos os dias, embutidas em tudo aquilo que comemos, sem exceção. Recentemente, no Estado de Goiás, na região de plantio de soja, descobriu-se que até o leite materno estava contaminado pelo veneno utilizado para combater as pragas da soja. O que poderemos fazer para nos proteger?

O que poderá a medicina, com seus recursos, fazer por nós?

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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