A importância de se conhecer os hábitos locais - 13 de abril 2011

domingo, 31 de julho de 2011
Foto de capa

Nossa primeira semana em Chambéry foi de conhecimento dos hábitos locais para que nossa integração fosse harmoniosa. É claro que tudo é diferente e a primeira coisa que nos chamou a atenção foi o trânsito, pois se por um lado o estresse é o mesmo, pelo menos aqui as regras têm de ser obedecidas. As multas são em euro, doem no bolso, e não existe o jeitinho brasileiro, que é o primeiro estágio da corrupção que assola nosso país; tentar subornar o guarda sai mais caro ainda. Além disso, o limite máximo de pontos a cada infração é de apenas 12, ao contrario dos 21 do Brasil.

É importante frisar que as ruas das cidades e as estradas da França estão em muito bom estado de conservação, nem de longe se assemelham ao verdadeiro queijo suíço que são as nossas. Aqui, buracos e remendos malfeitos são raros.

Supermercados são iguais em todos os lugares; a diferença está nos preços. Muito cuidado: pois se do ponto de vista unitário eles são parecidos, aqui o valor está em euro. É preciso pesquisar, já que é possível encontrar artigos com custos semelhantes aos nossos. Por exemplo, o litro de leite, em caixa, é mais em conta que no Brasil: ontem pagamos € 0,62 (R$ 1,55), enquanto em Nova Friburgo está por R$ 2,00 o litro. O mesmo se aplica ao macarrão, cujos preços não diferem muito. A grande diferença está quando fazemos viagens curtas que nos obrigam a comer em restaurantes; uma refeição sem muito luxo, para duas pessoas, não sai por menos de € 30. No nosso caso, como estamos num pequeno apartamento, podemos fazer nossa própria comida e aí o custo fica muito mais em conta. Atenção aos carnívoros: aqui o preço de dois bifes equivale ao de 750g de carne de vaca no Brasil; frango, peru, porco, carneiro e mesmo o peixe, têm um preço mais em conta.

Essa região, por ser próxima aos picos nevados da Suíça, Itália e França, tem muitos lagos. No sábado fomos visitar o de Le Bourget. Na realidade, Le Bourget é um balneário que na primavera e no verão fica cheio de turistas, com várias atividades náuticas como mergulho, remo, vela, pesca e o simples repouso ao sol — com direito a uma corzinha tipo vermelho camarão. Fomos surpreendidos por um baile de carnaval ao ar livre, em que a alegria era comparável a de um velório, e a bateria divertia os foliões com um ritmo contagiante muito parecido com a marcha fúnebre.

Os dois bonecos da foto de cima representam o Sr. e a Sra. Carnaval. A foto de baixo é da bateria.

Chambéry tem aproximadamente 60 mil habitantes. Contando-se a população de outros vilarejos próximos, vivem aqui cerca de 70 mil pessoas. A infraestrutura é muito boa, com um aeroporto de médio porte e uma estação de trem que liga a cidade às principais cidades francesas como Paris, Lion e Marselha, assim como aos países vizinhos, com trens para Genebra, Turim e Milão.

Além dos cursos primário e secundário, de um curso de língua francesa para estrangeiros, a Universidade da Savoia tem seu campus na cidade, o que faz com que ela seja bem-movimentada em função dos muitos jovens que estudam e residem aqui.

É um lugar muito agradável e, por ser início da primavera, muitos jardins já estão com flores onde sobressaem as tulipas; são muito bonitos e vale à pena serem admirados e fotografados.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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