Autoridade e atrocidade - 7 de abril 2011

domingo, 31 de julho de 2011

Você já teve uma arma na sua cabeça?

Espero que não. Fato, infelizmente, comum nas grandes metrópoles, parece estar saindo do incomum também por aqui.

Não é ficção, nem fato que aconteceu com um amigo, parente ou conhecido. Aconteceu comigo.

Lá pelas tantas de sábado fui deixar um amigo em casa, em uma das ruas transversais do Centro. Eu era o motorista da rodada. Como é absolutamente normal, conversávamos sobre uma série de coisas: mulheres, economia, política, futebol... De repente, por entre o vidro do motorista que estava meio aberto, surge uma pistola prata na minha cabeça. O dono da arma: um sujeito de cabeça raspada, cara de mal, olhos trincados, calça jeans e camisa branca. Ele nos ordenava — falando alto, repetidas vezes — que saíssemos do carro. Por incrível que pareça, mantive a calma, ainda que no meu pensamento surgisse a ideia fixa de que a minha história se encerraria ali. Você pensa tantas coisas em tão poucos segundos... Afinal, bastava um clique proposital ou descuidado para que ele me apagasse.

Tirei rapidamente a chave da ignição, levantei e pedi a ele que tivesse calma. Entreguei-lhe as chaves. Eu nem havia percebido que havia uma pessoa ao lado do sujeito. A mulher que o acompanhava também pediu calma e disse que o carona era vizinho dela. O sujeito questionou a mulher, que confirmou: o meu amigo era vizinho dela. Logo depois, ele simplesmente saiu e foi embora. Não entendi nada.

Exatamente o que você está pensando. Não era um assaltante, um bandido, como eu suspeitava. Descobri, depois, que se tratava de um policial e que ele agira de tal forma por achar que eu estava ali planejando um assalto. Despreparo, medo, autoridade de mais ou de menos. Atrocidade.

Nada dá o direito a uma autoridade, qualquer autoridade que seja, seja qual for o brasão que carrega na carteira, de sair por aí achando e colocando uma arma na cabeça de qualquer cidadão. Imaginei: quantas pessoas passam por situação parecida por causa de um ou outro que mancham o nome da corporação que tem por objetivo a segurança e que, às vezes, por causa desse tipo de imbecil, espalha o medo e a desconfiança.

Quando a população é confundida com marginal e policial confundido com ladrão... sinceramente fico preocupado com o papel de cada um na sociedade.

Quanto ao sujeito. Não sei quem é e nem quero saber. Não fiz denúncia oficial a não ser esse relato público que tem por objetivo principal dar voz a outros que tenham passado pela mesma situação. Parodiando Quintana: ele passará, eu passarinho...

Mas de tudo a gente tira uma lição. Você deve estar se perguntando o que pensei enquanto tinha uma arma na minha cabeça, a um peteleco de me tirar a vida. Bem, pensei naqueles que amo, nas histórias que construí com aqueles que me deram o privilégio da companhia, concluindo que no último segundo não importa os bens materiais que acumulou, os cargos que ocupou e as benesses que teve com tais cargos. O que importa mesmo são aqueles que você amou e as histórias que escreveu com eles. Não dá pra esperar o futuro que é esse último segundo para tomar as grandes decisões e se dedicar ao e aos que realmente ama.

Vila Amélia

Prometida para 10 dias atrás, ainda não foi iniciada a retirada dos entulhos e da lama despejados no campo do Filó, na Vila Amélia. Indignados, os moradores inclusive fizeram faixas de protesto, pedindo a imediata retirada do aterro. Segundo informações repassadas pelo poder público ao clube, a retirada se dará assim que a Prefeitura conseguir a liberação de um terreno na localidade de Ponte Preta.

Convocação de professores

A Secretaria Estadual de Educação está convocando professores aprovados nos concursos de 2007, 2008 e 2009. A lista publicada no Diário Oficial contém 327 professores em processos de final de lista de diversas disciplinas. Os docentes devem comparecer às Coordenadorias Regionais, no dia 12 de abril, no horário marcado, para dar início aos procedimentos de contratação e fazer o exame admissional.

Produtos nocivos

A partir de outubro, produtos considerados nocivos ao meio ambiente — como pilhas, baterias, derivados de petróleo e defensivos químicos — estão obrigados a trazer, em seus rótulos, informações sobre o tempo que levam para se decompor na natureza. As formas de descarte ambientalmente adequadas seguirão as indicadas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente.

Terapia gratuita (1)

Um grupo formado por três psicólogos e duas terapeutas florais está fazendo trabalho voluntário de atendimento gratuito a todas as pessoas que foram direta ou indiretamente atingidas pelas chuvas. Além de oferecerem o atendimento, os profissionais ainda doam as essências florais que foram repassadas por um grupo da capital fluminense.

Terapia gratuita (2)

A ideia é prestar atendimento até quando for necessário. O trabalho iniciado uma semana após a tragédia, não tem, portanto, data para terminar. Os interessados podem procurar o atendimento diretamente na Rua Francisco Mieli, 230/102, Centro, às terças — de 9h às 11h e de 13h às 15h — e quintas e sextas — de 9 às 11h. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 2523-3522.

Terapia gratuita (3)

O atendimento é prestado de forma individual e há acompanhamento. A terapia floral foi criada há mais de 50 anos e se baseia na cura através das flores. Segundo os terapeutas, as essências florais possibilitam a harmonização, do interno para o externo, e o equilíbrio dos estados mentais, emocionais e espirituais, podendo ser utilizados por períodos curtos e longos, sem contraindicações.

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Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

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