Friburguense – O Retorno - Capítulo 1 - Uma estreia inesquecível - 15 de fevereiro 2011

domingo, 31 de julho de 2011

O dia 12 de fevereiro é o dia do recomeço. Recomeçar, renovar, recuperar, reascender, retornar, revitalizar, reencontrar os dias de elite.

O dia começou com muitas pessoas em volta da Praça do Suspiro, símbolo da tragédia que devastou Nova Friburgo um mês antes. Quase todas vestindo branco e todas emocionadas por terem de aprender a dizer adeus. Balões foram ao encontro do céu a fim de levar aqueles que se foram e também a esperança de novos tempos. Todos caminharam a Praça Demerval, onde se ouviram as mais tristes badaladas de um sino. A cidade parou para ficar de mãos dadas.

E de mãos dadas os jogadores do Friburguense entraram em campo para recomeçar. Como todo friburguense a postos para iniciar uma jornada longa, mas repleta de esperança. Aplaudidos, venerados, vestidos de branco e no peito, abaixo do escudo, carregando a fita preta simbolizando o luto. Os jogadores do Friburguense entraram em campo de cabeça erguida pelo seu povo, mas com os olhos distantes, como se orassem por aquela terra. Trazendo na faixa, o espírito de reconstrução: “Reage Friburguense. Frizão rumo a 1ª divisão. Nova Friburgo rumo a reconstrução”. Até o adversário trouxe faixa de apoio: “Força Nova Friburgo!”. A Portuguesa da Ilha que inclusive, nos primeiros dias da tragédia, havia cedido ônibus para dar apoio na limpeza da cidade.

A grande imprensa nacional estava lá, como nunca esteve sequer nos jogos do Friburguense na primeira divisão. Queriam testemunhar o recomeço de uma cidade devastada através da magia do futebol. Mostraram como Nova Friburgo e o brasileiro têm a capacidade de lutar para enfrentar os revés da vida e como isso está tão intimamente ligado ao esporte e aos totens. O toten de Friburgo, o escudo azul com uma estrela vermelha dentro.

A energia diferente não estava apenas no Eduardo Guinle, mas em toda a cidade. Os quase 500 presentes na arquibancada não eram apenas 500, mas quase 200 mil. Após o minuto de silêncio mais silencioso que já vi num estádio de futebol, a bola rolou e como a bola estava serelepe pelos pés de Lucas, Marquinhos, Rômulo e Ricardinho. Como a bola estava feliz pelas conduções de Sérgio Gomes, Bidú e Cadão. E como o torcedor estava alegre com os gols que foram surgindo. E tinha que ser o capitão Cadão a marcar o primeiro. Aquele gol de cabeça não era apenas mais um no elástico placar que se prenunciava, mas sim um símbolo de que a espinha dorsal do tricolor formada por Cadão, Sérgio Gomes e Bidú é essencial e imprescindível nessa história de retorno. Ricardinho fez o segundo. Mas foi o terceiro, o gol mais vibrante. Sérgio Gomes deixou o seu gol e sua celebração foi o momento mais emocionante da partida, ao dedicar o gol à cidade, em memória dos que se foram e pelos que ficaram. Ainda no 1° tempo, o quarto viria pelos pés de Rômulo a partir de uma jogada espetacular de Lucas que roubou a bola no meio-campo e deu ao companheiro a possibilidade de fazer o seu.

Os jogadores da lusa carioca pareciam não entender bem o que estava acontecendo, aquela fome de bola do Friburguense, aquela gana, aquele espírito guerreiro cheio de vontade de vencer já na primeira partida do Estadual. Mas no fundo no fundo sabiam sim o que estava acontecendo e, sem revelar aos repórteres presentes, foram para o vestiário compreendendo que seria impossível segurar o Tricolor da Serra nesse campeonato. “Eles estão loucos para dar alegria à cidade, não há como impedi-los”, deve ter pensado o perdido técnico da Portuguesa que tinha apenas três jogadores a disposição no banco.

Veio o 2° tempo. Meio que se preservando já para o jogo seguinte, três dias após a estreia, o Friburguense passou a jogar com inteligência, apenas nos erros do adversário. A torcida pediu o 5° e ele veio pelos pés de Bidú. Ele tinha que deixar o dele, ainda que Cadão tenha tentado tocar na bola, mas ela já havia ultrapassado a linha. Estava escrito, Bidú tinha que fazer o dele para a festa ficar completa. O menino Diego Guerra fez mais um de cabeça, o 6°. Ricardinho ainda perdeu o gol mais feito da partida, mas pensou ele: “Fazer o sétimo? Mas sete é conta de mentiroso.” Então, deixa nos seis mesmo...

Reforço financeiro

O Banco Mundial reforçará a reconstrução da região. A instituição financeira garantiu recursos não-reembolsáveis para o desenvolvimento de ações voltadas para os produtores rurais. O valor da verba será anunciado hoje, 15, após uma visita dos especialistas do Banco às áreas rurais da região.

Carnaval na praia (1)

A tragédia na região serrana está preocupando os setores turísticos das cidades praianas. O problema lá, no entanto, é controverso ao nosso. Eles estão preocupados com a superlotação: aqueles que já iam mais aqueles que trocarão a serra pelo mar.

Carnaval na praia (2)

As previsões indicam que, por causa da tragédia na Região Serrana e o bom momento da economia, a Região dos Lagos e a Costa Verde receberão um número recorde de turistas no carnaval, com um aumento de 20% de visitantes em relação ao ano passado.

Carnaval na praia (3)

Para Rio das Ostras a previsão ainda é maior por conta da proximidade com Nova Friburgo: 30% a mais de turistas neste carnaval. Por conta disso, as cidades estão preparando operações especiais nas estradas, rodoviárias e também na área de segurança, uma vez que a criminalidade aumenta consideravelmente no período e com a superlotação.

Oportunidade (1)

O Tribunal Regional do Trabalho abriu hoje, 15, as inscrições para seu concurso para 63 vagas em cargos de nível médio e superior. São 22 vagas para técnico judiciário (R$ 4.984,68) e 41 para analista judiciário (R$ 6.611,39). As inscrições podem ser feitas pelo site www.concursosfcc.com.br até as 14h de 15 de março.

Oportunidade (2)

As taxas são de R$ 110 para analista judiciário e de R$ 70 para técnico judiciário. As provas objetivas/discursiva e redação serão realizadas na cidade do Rio de Janeiro, com previsão de aplicação para o dia 17 de abril. A prova prática de capacidade física para o cargo de técnico judiciário tem previsão de aplicação para os dias 9 e 10 de julho.

TAGS:
Wanderson Nogueira

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e agora é deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna diária.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.