Natal, uma festa da família - 22 de dezembro.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

No meu último artigo do ano, poderia citar e falar sobre os vários assuntos que foram manchete durante a semana que passou. Por exemplo, comentar a letargia que acometeu o povo brasileiro, levando-o a premiar Lula com a maior aprovação que um presidente da república já teve, mesmo em final de mandato. No entanto, essa letargia é estranha quando se sabe – pelo menos a parcela culta desse país tem consciência disso – que a era Lula avançou muito pouco em áreas fundamentais da administração como a educação (esta é a cara do presidente), saúde, saneamento, infraestrutura e reforma agrária.

Poderia falar também sobre o escárnio que serão os gastos em 2011 com nossos políticos, pois um deputado federal vai custar cerca de R$ 1,5 milhão de reais por ano; senadores, um pouco mais; deputados estaduais, um pouco menos. Enquanto a maioria do povo brasileiro, não importa o nível do ensino, se fundamental, médio ou universitário, ganha salários pífios, esses indivíduos, muitos semi-analfabetos, são tratados como nababos saídos dos contos das Mil e Uma Noites. Aliás, o próprio nome já é muito sugestivo: dePUTAdos. Se fossem boa bisca, talvez ficassem conhecidos como dePURAdos. Tudo bem que a mercadoria voto é muito cara, mas nada justifica essa gastança exorbitante. A monarquia seria bem mais barata para os nossos bolsos, que essa tal de república. No entanto, creio que esses assuntos estão mais do que bolorentos e esgotados, ainda mais quando um Tiririca da vida ultrapassa um milhão de votos, o melhor é mesmo esquecê-los.

O que realmente importa, e quero abordar antes de um descanso de 15 dias, é o espírito do Natal e da sua importância no convívio familiar. Esqueçamos o lado comercial da coisa, apesar do ato de dar presentes estar dentro do contexto, pois Natal é amor, fraternidade, doação que começa no seio das famílias. É um dia ímpar em que as pessoas se reúnem, muitas se reaproximam, param para refletir e se entregam num convívio gostoso, nem sempre possível durante o ano, face aos afazeres da vida moderna.

Mesmo os corações mais empedernidos se emocionam ao contemplarem o sorriso de uma criança enquanto aguarda a chegada do Papai Noel ou quando abre seu presente, por mais simples que seja. Isso faz parte da infância, são lembranças boas e que merecem ser mantidas, marcando a importância de uma tradição. Povo sem tradição perde a auto-estima, esquece o passado, torna o futuro incerto.

As pessoas acham que ceias fartas, presentes caros, roupas de marca são importantes nesse dia, mas a simplicidade, a naturalidade e a felicidade de se estar junto, de compartilhar um momento especial são muito mais marcantes e nos deixam muito mais à vontade.

Aos meus amigos, pacientes e leitores (essa ordem é apenas cronológica, pois ao chegar a Nova Friburgo lá se vão 34 anos, primeiro fiz amigos, depois formei minha clientela e, finalmente, conquistei alguns leitores) desejo um feliz Natal com muita paz e tranquilidade e um ano novo com muitos sonhos, desejos realizados, mas, principalmente, com muita saúde, pois ela é insubstituível, é o grande combustível que nos empurra para frente. Aliás, esse é o presente que peço todos os anos ao meu Papai Noel.

Feliz Natal para todos.

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Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

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